http://www.mst.org.br/especiais/23
Este é o link para o texto de comemoração dos 25 anos do movimento e para demais históricos do MST. o texto do link será explorado na aula...boa leitura do texto e do site.
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sábado, 6 de outubro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
o motivo pelo qual me dá urticaria pensar em ter carro!
"As cidades se desenharam para os carros, não para as crianças"
"Nós temos mais ambientes que nos causem mal-estar do que felicidade"
"Metrópoles com grandes áreas verdes, espaços dignos para pedestres e que invistam em transporte público não são uma ilusão hippie, elas são possíveis e já existem"
"Há muitas metrópoles onde as pessoas ricas não tem carros. Primeiro temos que entender que A CIDADE AVANÇADA NÃO É AQUELA EM QUE ATÉ OS POBRES SE MOVIMENTAM EM CARROS, MAS AQUELA EM QUE ATÉ OS RICOS USAM O TRANSPORTE PÚBLICO. Todos os problemas urbanos tem a ver com a igualdade e nossas cidades são desiguais. Não agrada aos ricos estar com os pobres. Uma boa cidade é um lugar onde os ricos e os pobres se encontrem em muitos contextos: parques calçadas, atividades culturais, transportes públicos. O que precisamos é de um meio de locomoção cômoda e rápida sem precisar usar carros."
Enrique Peñalosa, economista e urbanista colombiano e ex-prefeito de Bogotá, falando sobre desenvolvimento sustentável das cidades. Jornal da Universidade, agosto/2012.
"Nós temos mais ambientes que nos causem mal-estar do que felicidade"
"Metrópoles com grandes áreas verdes, espaços dignos para pedestres e que invistam em transporte público não são uma ilusão hippie, elas são possíveis e já existem"
"Há muitas metrópoles onde as pessoas ricas não tem carros. Primeiro temos que entender que A CIDADE AVANÇADA NÃO É AQUELA EM QUE ATÉ OS POBRES SE MOVIMENTAM EM CARROS, MAS AQUELA EM QUE ATÉ OS RICOS USAM O TRANSPORTE PÚBLICO. Todos os problemas urbanos tem a ver com a igualdade e nossas cidades são desiguais. Não agrada aos ricos estar com os pobres. Uma boa cidade é um lugar onde os ricos e os pobres se encontrem em muitos contextos: parques calçadas, atividades culturais, transportes públicos. O que precisamos é de um meio de locomoção cômoda e rápida sem precisar usar carros."
Enrique Peñalosa, economista e urbanista colombiano e ex-prefeito de Bogotá, falando sobre desenvolvimento sustentável das cidades. Jornal da Universidade, agosto/2012.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Socialismo
Afinal, o que é Socialismo ? É apenas aquela forma de governo que foi adotada nos países do Leste Europeu e que ruiu no início da década de 90 ? É o regime de Cuba que resiste heroicamente, no quintal dos EUA ? Ou aquele tipo de estrutura adotada na China ? Eu achei melhor, ao invés de explicar o que possa ser considerado ou não Socialismo, colocar links para uma série de site na Internet, onde cada um vai poder fazer uma análise daquiloo que se pensa, hoje, como socialismo, em suas várias colorações, do rosa (ou melhor "da rosa" da social-democracia ao vermelho do marxismo-leninismo).
Esta não é uma forma de fugir ao debate, ao contrário é o melhor método de se colocar todas as cartas na mesa, e jogar limpo, mostrando que não são apenas aqueles que não tem nada, os que podem ganhar com o verdadeiro Socialismo.
O Socialismo é uma doutrina que prega a estatização dos meios de produção, e a falta de classes sociais, numa sociedade sem desigualdades.
A utopia igualitária já esteve presente por todos os cantos, desde o cristianismo primitivo, passando pelos puritanos da revolução inglesa do século XVII, até as lutas por melhores salários dos trabalhadores das primeiras fábricas européias, nos séculos XVIII e XIX. Essas lutas, aliás, sinalizavam o surgimento de um novo sistema, inicialmente na Europa Ocidental: o capitalismo, com duas novas classes - a burguesia, dona dos meios de produção e capital e o proletariado, responsável pelo funcionamento das máquinas, donos de sua força de trabalho. E, ao contrário das outras classes marginalizadas ao longo da história, este proletariado detinha o poder de parar a produção, ao cruzar os braços, em greve.
O surgimento do proletariado trouxe consigo novas ideologias voltadas para a redenção da classe, como o anarquismo e o socialismo. Os socialistas desenvolveram várias teorias sobre como chegar ao poder através de movimentos populares. Foram dois teóricos alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, que formularam uma proposta mais acabada de socialismo, no fim do século XIX.
Para Marx, o proletariado aparecia como a única classe social capaz de destruir de uma vez por todas a exploração do homem pelo homem, ao destruir o capitalismo, chegando ao poder pelo caminho da revolução. No poder, os trabalhadores se encarregariam de eliminar as diferenças sociais, o que assinalaria a passagem do socialismo ao comunismo.
Capitalismo
O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida Econômica social e política dos feudos para a cidade. Depois duma profunda estagnação o comércio saiu da inanição com o aparecimento de excedentes oriundos das descobertas de novas terras que passaram a ser comercializados.
As Cruzadas (do século XI ao XII) também contribuíram muito para o reativamento comercial. Ainda no século XIV o feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Com a união de todos esses fatores a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando, aos poucos, as bases do feudalismo. Os lucros dos senhores feudais reduziram-se e eles "tiveram" de aumentar os impostos sobre os servos. Estes começaram a rebelar-se e enfraqueceram o poder dos nobres. Os reis, para manterem-se no poder, apegaram-se ainda mais à idéia de que eram designados por Deus.
O absolutismo teve defensores ideológicos como os filósofos Jean Bodin ("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e Niccòlo Machiavelli ("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais através da exploração (metalismo). Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista.
E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), percursor do liberalismo econômico, publica Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações, em que defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia.
O capitalismo é traduzido num sistema de mercado baseado na iniciativa privada, monopolização dos meios de produção e exploração de oportunidades de mercado para efeito de lucro. Exatamente no lucro concentra-se toda a crueldade e irracionalidade do capitalismo que destina o sacrifício do trabalho de todos para o enriquecimento de uma minoria. A burguesia provoca guerras e destrói éticas para seu enriquecimento material. É inadmissível que o controle da produção econômica e do mercado centralize-se nas mãos de uns poucos magnatas, que provocam recessões e crises surpreendentes de acordo com seus interesses. O quadro no qual o capitalismo se apresenta é a de crescente deterioração social, com desemprego, fome e profunda miséria. Gera subdesenvolvimento, promove guerras por interesses financeiros e por elas investe gigantesca quantidade de dinheiro na indústria bélica. Essa corrida armamentista financia forças terroristas que lutam contra regimes democráticos (como os CONTRA na Nicarágua e inúmeros outros golpes de Estado financiados pelos maiores capitalistas, os EUA).
A militarização da sociedade é uma conseqüência cruel do capitalismo, bem como a crescente concentração de riqueza nas mãos da oligarquia financeira. É a velha história de que poucos têm muito e muitos têm pouco. Esse é o legado básico o capitalismo. O capital financeiro rege nossas vidas. A idéia de um desenvolvimento sustentável é ridicularizada e a democracia esvai-se nos preconceitos contra grupos sociais e no sufocamento de pessoas que lutam por justiça social e acabam jogadas no ostracismo. E atualmente a concentração de riquezas tem aumentado vertiginosamente e proporcional à perda de direitos trabalhistas. A educação e a saúde estão precaríssimos. Em nosso país, por exemplo, mães passam dias e noites numa fila para que seu filho possa estudar. Volta para casa sem a vaga e chora pelo futuro de seu sucessor. Sem educação desde criança poucas chances terá de desenvolver seu potencial e pensar criticamente.
Há também as crianças, e até adultos, que morrem, e em grande número, por doenças de fácil erradicação ou então por não ter o que comer. Ou alguém ainda não viu os nordestinos, os africanos subnutridos há dias sem comer. Aquilo é real. Aquelas são pessoas reais. São sofrimentos reais. Diante de tal constatação fica difícil defender o capitalismo em qualquer plano que seja.
O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida Econômica social e política dos feudos para a cidade. Depois duma profunda estagnação o comércio saiu da inanição com o aparecimento de excedentes oriundos das descobertas de novas terras que passaram a ser comercializados.
As Cruzadas (do século XI ao XII) também contribuíram muito para o reativamento comercial. Ainda no século XIV o feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Com a união de todos esses fatores a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando, aos poucos, as bases do feudalismo. Os lucros dos senhores feudais reduziram-se e eles "tiveram" de aumentar os impostos sobre os servos. Estes começaram a rebelar-se e enfraqueceram o poder dos nobres. Os reis, para manterem-se no poder, apegaram-se ainda mais à idéia de que eram designados por Deus.
O absolutismo teve defensores ideológicos como os filósofos Jean Bodin ("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e Niccòlo Machiavelli ("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais através da exploração (metalismo). Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista.
E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), percursor do liberalismo econômico, publica Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações, em que defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia.
O capitalismo é traduzido num sistema de mercado baseado na iniciativa privada, monopolização dos meios de produção e exploração de oportunidades de mercado para efeito de lucro. Exatamente no lucro concentra-se toda a crueldade e irracionalidade do capitalismo que destina o sacrifício do trabalho de todos para o enriquecimento de uma minoria. A burguesia provoca guerras e destrói éticas para seu enriquecimento material. É inadmissível que o controle da produção econômica e do mercado centralize-se nas mãos de uns poucos magnatas, que provocam recessões e crises surpreendentes de acordo com seus interesses. O quadro no qual o capitalismo se apresenta é a de crescente deterioração social, com desemprego, fome e profunda miséria. Gera subdesenvolvimento, promove guerras por interesses financeiros e por elas investe gigantesca quantidade de dinheiro na indústria bélica. Essa corrida armamentista financia forças terroristas que lutam contra regimes democráticos (como os CONTRA na Nicarágua e inúmeros outros golpes de Estado financiados pelos maiores capitalistas, os EUA).
A militarização da sociedade é uma conseqüência cruel do capitalismo, bem como a crescente concentração de riqueza nas mãos da oligarquia financeira. É a velha história de que poucos têm muito e muitos têm pouco. Esse é o legado básico o capitalismo. O capital financeiro rege nossas vidas. A idéia de um desenvolvimento sustentável é ridicularizada e a democracia esvai-se nos preconceitos contra grupos sociais e no sufocamento de pessoas que lutam por justiça social e acabam jogadas no ostracismo. E atualmente a concentração de riquezas tem aumentado vertiginosamente e proporcional à perda de direitos trabalhistas. A educação e a saúde estão precaríssimos. Em nosso país, por exemplo, mães passam dias e noites numa fila para que seu filho possa estudar. Volta para casa sem a vaga e chora pelo futuro de seu sucessor. Sem educação desde criança poucas chances terá de desenvolver seu potencial e pensar criticamente.
Há também as crianças, e até adultos, que morrem, e em grande número, por doenças de fácil erradicação ou então por não ter o que comer. Ou alguém ainda não viu os nordestinos, os africanos subnutridos há dias sem comer. Aquilo é real. Aquelas são pessoas reais. São sofrimentos reais. Diante de tal constatação fica difícil defender o capitalismo em qualquer plano que seja.
Estados Unidos
Dados gerais
Nome oficial: Estados Unidos da América.
Capital: Washington.
Nacionalidade: americana ou estadunidense.
Língua: inglês (oficial); espanhol (minoria).
Religião: cristianismo (protestantes: batistas, metodistas, luteranos, ortodoxos, maioria; católicos); islamismo, judaísmo, budismo etc.
Data nacional: 4/7 (Independência).
Moeda: dólar (dividido em 100 cents).
Geografia
Localização: centro da América do Norte.
Área: 9.372.614 km².
Limites: Canadá (N); oceano Pacífico (O); oceano Atlântico (L); México e golfo do México (S).
Características: planície costeira separada da central pelos montes Apalaches (L); Grandes Lagos (Érié, Huron, Michigan, Ontário, Superior, principais) e montanhas (N); cadeia montanhosa das Rochosas (de NO a SO); cadeia da Costa (costa do Pacífico); serra Nevada (SO); vale Central da Califórnia (O); planaltos do Colorado (SO) e da Colúmbia (NO); pradarias (centro).
Ponto mais elevado: monte McKinley (6.194 m) (Alasca).
Clima: temperado continental (L); subtropical (SE); de montanha (centro e montanhas Rochosas); árido tropical (SO); mediterrâneo (costa O); árido frio (NO).
Rios principais: Mississippi, Missouri, Grande, Yukon, Arkansas, Ohio, Vermelho, Colorado, Snake.
Cidades mais populosas: Nova York (7,3 milhões hab.); Los Angeles (3,4 milhões); Chicago (2,7 milhões); Houston (1,6 milhão); Filadélfia (1,5 milhão); San Diego (1,1 milhão) (1992).
Hora local (em relação a Brasília): -2h (Nova York, Washington D.C.); -5h (costa O); -7h (Havaí); -7h a -8h (Alasca).
Demografia
População: 257,8 milhões (1994); urbana: 75,2% (1990).
Densidade (hab./km²): 27,5 (1994).
Composição demográfica: brancos, 80,3%; negros, 12,1%; outros, 7,6% (1990).
Faixas etárias: 0-14: 21,9%; 15-59: 61,4%; mais de 60: 16,7% (1991).
Crescimento demográfico: 0,9% (1985-1992).
Natalidade: 16 por mil (1992).
Mortalidade: 8,5 por mil (1992); mortalidade infantil: 10,3 por mil (1991).
Fertilidade (no de filhos por mulher): 2 (1989).
Expectativa de vida: homens: brancos: 72,6; negros, 68,4; mulheres: brancas: 79,3; negras, 76,3 (1990).
Governo
Regime: república presidencialista.
Divisão administrativa: 50 Estados e o distrito de Columbia.
Territórios: Guam, Ilha Wake, Ilhas Marianas do Norte, Ilhas Virgens Americanas, Porto Rico, Samoa Americana.
Chefe de Estado e de governo: presidente Bill (William Jefferson) Clinton (desde 20/1/1993).
Regime partidário: pluripartidarismo; principais partidos: Republicano, Democrata.
Legislativo: bicameral – Senado, com 100 membros (2/3 para mandatos de 6 anos e 1/3 para 2 anos), e Câmara dos Representantes, com 435 membros eleitos para mandatos de 2 anos, ambos por voto direto.
Constituição em vigor: 4/3/1789 (27 emendas).
Economia
Composição: agricultura: 2% do PNB (1991); indústria: 27,5% do PNB (1990); comércio: 16%; serviços: 53,8% do PIB (1989).
Agricultura: milho, soja, trigo, aveia, cevada, batata, beterraba, frutas cítricas, algodão, tabaco, feno.
Pecuária: bovinos, suínos, aves.
Pesca: 4 mil t (1992).
Indústria: equipamentos de transporte, máquinas industriais, aparelhos elétricos, refino de petróleo, gráfica e editorial, metalúrgica.
Minerais: petróleo, gás natural, carvão, cobre, ferro, prata, urânio.
Exportações: US$ 420,8 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de transporte, artigos manufaturados de base, combustíveis químicos e lubrificantes (1992).
Importações: US$ 551,6 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de transporte, artigos manufaturados de base, químicos e derivados, alimentos e animais vivos (1992).
Parceiros comerciais: Canadá, Japão, México, Reino Unido, Alemanha.
Pesos e medidas: padrões britânicos.
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 5,9 trilhões (1992); renda per capita: US$ 23.240 (1992); crescimento anual: 1,7% (1980-1992).
Inflação anual: 2,7% (1993).
Dívida externa: US$ 623,3 bilhões (1992).
Força de trabalho: 129,5 milhões (1993); agricultura: 2,7%; indústria: 24%; outros: 73,3% (1993); mão-de-obra feminina: 45% (1991).
Desemprego: 6,7% (1993).
Saúde
Leitos hospitalares: 1 por 188 hab.; médicos: 39,1 por 10 mil hab. (1992).
Investimento: 19,6% do orçamento (1991/1992).
Educação
Analfabetos: 4,5% (1980).
Alunos de 1o e 2o graus: 48,1 milhões; professores: 2,7 milhões (1992/1993).
Alunos no ensino superior: 14,5 milhões; professores: 890 mil (1990/1991).
Investimento: 13,8% do orçamento (1990/1991).
Transportes
Rodovias: 6,2 milhões km; 58% pavimentados (1990); no de veículos: 188,5 milhões; automóveis: 143,5 milhões (1990).
Ferrovias: 232 mil km (1990).
Portos: Nova York, Nova Orleans, Houston, Duluth Superior (canal do rio São Lourenço-Grandes Lagos) e ao longo dos rios Mississippi e Ohio.
Linhas aéreas: American Airlines, Braniff, Continental Airlines, Delta Airlines, Piedmont Airlines, Trans World Airlines, United Airlines, Northwest Airlines (vôos internacionais e domésticos); USAir (regionais); Hawaiian Airlines (domésticos), Flying Tiger Lini (carga).
Comunicações
Receptores de rádio: 1 por hab. (1991).
Receptores de TV: 1 por 1,2 hab. (1991).
Linhas telefônicas: 1 por 2 hab. (1990).
Jornais: 1.755 diários; no de exemplares por mil hab.: 249 (1992).
Defesa
Efetivo total: 1,7 milhão (1993); exército: 586 mil; marinha: 693 mil; força aérea: 450 mil.
Investimento: 18,9% do orçamento (1993/1994).
Representação diplomática
SES – Av. das Nações, lote 3, quadra 801, CEP 70403-900, Brasília, DF; tel. (061) 321-7272; fax (061) 225-9136.
Independência na América
A independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a difusão das idéias iluministas, a expansão napoleônica e o crescimento do comércio marítimo inglês enfraquecem o controle colonial e estimulam movimentos pela independência nas colônias da América Central e do Sul, a partir do final do século XVIII.
Crise do colonialismo – Embora separada por algumas décadas, a independência dos Estados Unidos e a dos países da América espanhola inserem-se no mesmo contexto de ascensão da burguesia e de mudanças políticas radicais. Essas mudanças serão introduzidas, entre os séculos XVIII e XIX, pela influência do pensamento iluminista francês e do liberalismo inglês.
Antecedentes – Espanha e Portugal, as principais potências coloniais na América, procuram revitalizar a estrutura colonial por meio do protecionismo econômico e da difusão da cultura européia e do catolicismo. Essas medidas se chocam com os interesses econômicos da Inglaterra, França e Estados Unidos, que pretendem o livre comércio e novos mercados para seus produtos industriais. Nas colônias cresce o sentimento de identificação nacional e o movimento de emancipação inspirado nos ideais de liberdade e igualdade de direitos importados da Revolução Francesa.
Influência inglesa – Enquanto a França e a Espanha são aliadas, a Inglaterra tenta conquistar a região do Prata, entre 1806 e 1807, e apóia os autonomistas da Capitania Geral de Caracas, chefiados por Francisco Miranda. Com a invasão da Espanha por Napoleão, os britânicos aliam-se à resistência espanhola mas procuram se manter neutros aos movimentos da região até 1814, quando passam a fazer a mediação dos conflitos das colônias. O apoio da Inglaterra às nações americanas que se tornam independentes tem como objetivo o controle do comércio da região. Isso impede que outros países europeus auxiliem a Espanha na luta contra os “patriotas” e fortalece a Doutrina Monroe, de 1823, contrária à intervenção européia na América.
Formação dos Estados Unidos
Em 1777, um ano depois da independência, cada um dos 13 Estados norte-americanos substitui seus estatutos coloniais por constituições próprias que garantem a soberania do povo, a divisão de poderes, a elegibilidade dos cargos públicos e a separação da igreja do Estado.
República norte-americana – Em 1787 os Estados concordam, na Convenção de Filadélfia, em estabelecer uma República federativa presidencialista, cujo texto constitucional só entra em vigor em 1789. A Constituição garante a divisão de poderes e um sistema de controle mútuo. Os assuntos relacionados à defesa, moeda e assuntos externos são de competência do governo federal, enquanto os demais são incumbência dos Estados.
Conquista do Oeste – É estimulada desde o governo de George Washington (1789-1796), que oferece facilidades, como preços baixos para as terras conquistadas e prêmios aos pioneiros. Milhares de colonos organizam caravanas e passam a enfrentar os índios da região tomando suas terras. Antes da expansão existem cerca de 1 milhão de índios no Oeste norte-americano. Em 1860 a população indígena está reduzida a cerca de 300 mil, que passam a viver em reservas oficiais.
Independência dos EUA
A Independência dos Estados Unidos destrói a unidade do sistema colonial, colaborando decisivamente para a derrocada do Antigo Regime. As 13 colônias, estabelecidas a partir do século XVII no território norte-americano, contam, nas últimas décadas do século XVIII, com mais de 2 milhões de colonizadores. No centro – Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e Delaware – e no norte – Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut – europeus exilados por motivos políticos ou religiosos vivem em pequenas e médias propriedades. Embora a Inglaterra proíba o estabelecimento de manufaturas nas colônias, a incipiente indústria do centro-norte não é incomodada pelas autoridades, pois não compete com o comércio da metrópole. No sul – Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia – predomina a grande propriedade rural, ocupada pela monocultura dirigida à exportação e tocada pela mão-de-obra escrava, com pouco espaço para o trabalho livre. Os nortistas, no entanto, atravessam as fronteiras e concorrem com o comércio metropolitano, levando a Inglaterra a endurecer a política com as colônias.
Influência da Guerra dos Sete Anos – Travada de 1756 a 1763 entre a Inglaterra e a França e vencida pelos ingleses, transfere para a Coroa britânica a maioria das possessões francesas, incluindo as terras situadas na América, a oeste das 13 colônias. Como os colonos norte-americanos não haviam contribuído para o esforço militar inglês, o Parlamento decide cobrar deles os custos da guerra, aumentando as taxas e reforçando os direitos da Coroa no continente.
Novos impostos ingleses – São cobrados para cobrir as despesas com uma força militar de 10 mil homens deslocada para a América pelos ingleses. O Parlamento aprova, em 1764, a Lei do Açúcar (Sugar Act) e, em 1765, a Lei do Selo (Stamp Act).
Lei do Açúcar – Proíbe a importação de rum estrangeiro e taxa a importação de carregamentos de açúcar procedentes de qualquer lugar que não das Antilhas britânicas.
Lei do Selo – Institui a cobrança de impostos sobre documentos, impondo selagem até a baralhos e dados. As leis do Açúcar e do Selo são revogadas por pressões dos colonos e dos comerciantes ingleses, boicotados pelos norte-americanos.
Lei dos Alojamentos – É aprovada em 1765 e exige dos colonos norte-americanos o pagamento pelos alojamentos e alimentação das tropas inglesas.
Lei do Chá (Tea Act) – É o estopim da crise entre a colônia e a metrópole, pois dá o monopólio do comércio do chá à Companhia das Índias Orientais, depositária dos interesses de diversos políticos ingleses. Com a nova legislação, a Companhia transporta o chá diretamente das Índias para a América, prejudicando os intermediários residentes na colônia.
Festa do chá em Boston – Nome pelo qual é conhecida a destruição, em 1773, de três centenas de caixas de chá retiradas dos navios ingleses, no porto de Boston, por comerciantes disfarçados de índios.
Leis Intoleráveis – O nome designa as leis promulgadas pelo Parlamento, em 1774, em represália à revolta da Festa do chá, com o objetivo de conter o clima de insubordinação. O porto de Boston é interditado até o pagamento dos prejuízos e são tomadas outras medidas severas, como o julgamento e a punição de todos os colonos envolvidos em distúrbios contra a Coroa. As Leis Intoleráveis provocam a convocação do Primeiro Congresso Continental de Filadélfia (1774), não-separatista, cujos participantes pedem ao rei e ao Parlamento a revogação da legislação autoritária como forma de concretizar a igualdade de direitos dos colonos.
Batalha de Lexington – Acontece em 1775, quando um destacamento inglês tenta destruir um depósito de armas controlado pelos rebeldes e encontra feroz resistência por parte de tropas coloniais semi-improvisadas. É considerado o marco inicial da guerra pela independência. Os colonos se organizam militarmente e são declarados rebeldes pelo trono inglês. A revolta contra a Inglaterra se instala de forma declarada.
Guerra da Independência – Começa em 1775, com a tomada de Boston pelos norte-americanos, e se estende até 1781, com a derrota da Coroa. Em 1776, a Virgínia declara-se independente. O Segundo Congresso da Filadélfia, reunido desde 1775, nomeia George Washington, da Virgínia, comandante das tropas norte-americanas e conclama os cidadãos às armas.
Declaração de Independência – É redigida por uma comissão de cinco membros liderados por Thomas Jefferson. O documento, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel Adams, é promulgado em 4 de julho de 1776, na Filadélfia, por delegados de todos os territórios. A Declaração de Independência dos Estados Unidos é inspirada nos ideais do Iluminismo e defende a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano.
George Washington (1732-1799), filho de um grande proprietário de terras da Virgínia, torna-se agrimensor. É encarregado de levar um ultimato aos franceses que haviam invadido terras do Ohio. Não é atendido e recebe o posto de tenente-coronel, participando da luta contra os franceses, derrotados em 1758. Eleito para o Parlamento da Virgínia (1759-1774), ataca a política colonial inglesa. Com o início da guerra da Independência, em 1775, é nomeado comandante-em-chefe, cargo que ocupa até a vitória final dos norte-americanos. É convocado para presidir a convenção federal da Filadélfia, quando coloca a Constituição de 1787 em votação. Em 1789 é eleito, por unanimidade, o primeiro presidente dos Estados Unidos. No final de 1792, é reeleito por unanimidade e, terminado o mandato, recusa-se a concorrer novamente, estabelecendo uma norma eleitoral nos Estados Unidos.
Ajuda francesa – A participação de tropas francesas é decisiva na consolidação das lutas pela independência dos EUA. A intervenção acontece graças à afinidade com os norte-americanos em relação aos ideais libertários do Iluminismo. É também um revide à derrota sofrida na Guerra dos Sete Anos. Os franceses fornecem o capital necessário para sustentar o movimento e aliciam os espanhóis contra os ingleses. A participação da Marinha francesa é fundamental na ampliação da guerra, levada ao Caribe e às Índias. Finalmente, em 1781, o Exército inglês se rende em Yorktown, depois de sitiado pelas tropas rebeldes.
Tratado de Versalhes – Reunido em 1783, reconhece a independência dos Estados Unidos da América. Os aliados dos norte-americanos são recompensados: a França recupera Santa Lúcia e Tobago, nas Antilhas, e suas possessões no Senegal; a Espanha ganha a ilha de Minorca e a região da Flórida.
Primeira Constituição dos EUA – Proclamada em 1787, representa um compromisso entre a tendência republicana, liderada por Jefferson e responsável pela grande autonomia dos Estados membros da federação, e a tendência federalista, defensora de um poder central forte. No geral, os princípios constitucionais de 1787 continuam em vigor, como a adoção da república federativa presidencialista como forma de governo; a separação dos poderes em Executivo (administração), Legislativo (elaboração das leis) e Judiciário (aplicação da justiça); e o estabelecimento de direitos civis e políticos, como as liberdades de expressão, de imprensa, de crença religiosa e de reunião, a inviolabilidade do domicílio e da correspondência e o direito a julgamento.
GUERRA FRIA
Tem como eixo a disputa pela hegemonia mundial entre as duas superpotências, que se estenderá por mais de 40 anos. Com sistemas sociais e políticos opostos, armas nucleares e políticas de conquista da hegemonia mundial, Estados Unidos e União Soviética mantêm o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear. São chamadas de superpotências porque cada uma delas tem armamentos suficientes para destruir o planeta sozinha.
HEGEMONIA DOS EUA
Conquistada em virtude do fortalecimento dos Estados Unidos durante a guerra, concomitante ao enfraquecimento relativo das potências européias. A economia norte-americana se expande internacionalmente. Suas Forças Armadas detêm o monopólio da bomba atômica e disseminam bases pelo mundo. Washington dita a política no Ocidente e disputa a hegemonia no resto do planeta. A supremacia econômica é alcançada com a exportação de capitais, empresas, produtos industriais e agrícolas e tecnologia. As empresas norte-americanas tornam-se multinacionais, com filiais espalhadas por todo o mundo. Exercem influência sobre as economias nacionais e determinam seu rumo. A busca da hegemonia política tem por base a Doutrina Truman.
Neocolonialismo
O colonialismo do século XIX (neocolonialismo), incrementado a partir de 1880, tem por base uma nova divisão econômica e política do mundo pelas potências capitalistas em ascensão. Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha experimentam um auge industrial e econômico a partir de 1870, seguidos pela França e Japão. Itália e Rússia ingressam na via da industrialização nesse mesmo período. Os monopólios e o capital financeiro de cada potência competem acirradamente pelo controle das fontes de matérias-primas e pelos mercados situados fora de seus países.
Tipos de colônia – O neocolonialismo desenvolve política que tem por eixo dois tipos de colônia: as colônias comerciais e as colônias de assentamento. As colônias comerciais devem fornecer matérias-primas e, ao mesmo tempo, constituir-se em mercados privilegiados para produtos e investimentos de capitais das metrópoles. As colônias de assentamento servem de áreas de recepção dos excedentes populacionais das metrópoles.
ESTADOS UNIDOS
Na fase final da 1a Guerra Mundial os Estados Unidos dão início à sua interferência nos assuntos europeus. Fornecem empréstimos à Entente, enviam tropas e mediam o armistício, por meio dos 14 pontos do presidente Wilson. Problemas sociais e econômicos internos fazem o país oscilar entre isolamento e intervencionismo. Os anos 20 são marcados por agitações sociais, greves, atentados e manifestações populares. Imigrantes europeus se destacam nesse processo, sendo presos e deportados os suspeitos de anarquismo ou radicalismo. Os anarquistas italianos Niccola Sacco e Bartolomeo Vanzetti são condenados à cadeira elétrica em 1921. A Lei Seca é promulgada em 1920, com o objetivo de combater o absenteísmo no trabalho e outras práticas sociais consideradas desagregadoras. Mulheres lutam pelo direito de voto, refletindo seu peso crescente no mercado de trabalho (2 milhões em 1914 e 10 milhões em 1930). Entre 1921 e 1924 são colocadas em prática restrições à imigração, com base em leis racistas, e a Ku Klux Klan, agremiação racista clandestina, desencadeia entre 1924 e 1926, no sul e centro-oeste, uma campanha de violências contra negros, católicos, judeus, intelectuais e adversários da Lei Seca.
2a Guerra Mundial
A humilhação sofrida pela Alemanha com o Tratado de Versalhes cria as condições ideais para a germinação do nacional-socialismo – nazismo – alemão e a ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-socialismo toma o poder pela violência, elimina as dissensões internas com métodos violentos e combate a divisão do mundo produzida pela 1a Guerra, quando os mercados mundiais são repartidos entre França, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Itália, Japão e Estados Unidos. A política alemã não deixa dúvidas quanto aos desejos de Hitler: o carvão e o ferro da Sibéria; o petróleo da Rumânia e Cáucaso; o trigo da Ucrânia. E, especialmente, o reordenamento do mundo colonial.
Ameaça nuclear – Após a explosão da primeira bomba atômica em 1945, os Estados Unidos fazem testes de novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pacífico, e criam a Comissão de Energia Atômica para a expansão de seu poderio nuclear. Em 1949 a União Soviética explode seu primeiro artefato atômico no deserto do Cazaquistão, entrando na corrida nuclear. O mundo ingressa assim na era do terror atômico, na qual cada uma das superpotências se esforça por conseguir uma bomba mais potente que a experimentada pela outra. Em 1952 os Estados Unidos explodem a primeira bomba de hidrogênio, com potência de 15 milhões de TNT (750 vezes mais potente que a primeira bomba atômica). Em 1955 a União Soviética lança sua bomba de hidrogênio de um avião, considerado um importante avanço técnico sobre os norte-americanos. Essa corrida coloca o mundo diante do perigo da destruição. Mas outros países, como Reino Unido, França, China e Índia, entram no rol de países que têm armas nucleares. Países suspeitos de terem a bomba incluem Paquistão e Israel. Em 1963 é assinado o primeiro acordo de limitação de atividades nucleares, proibindo testes na atmosfera.
Corrida espacial
As primeiras experiências com foguetes datam de 1935. São realizadas simultaneamente na Alemanha e Estados Unidos e estão diretamente vinculadas às pesquisas sobre novos armamentos. Durante a 2a Guerra Mundial, o governo alemão usa os princípios de propulsão de foguetes para construir as primeiras bombas voadoras, a V-1 e a V-2, num programa coordenado por Wernher von Braun. É com essa tecnologia capturada dos alemães que Estados Unidos e União Soviética dão início à chamada corrida espacial: a luta pela primazia na conquista do espaço. Cada passo dessa corrida traduz-se em avanços tecnológicos: novos materiais, aperfeiçoamento de motores, armamentos, satélites meteorológicos e de comunicação.
Guerra de máquinas – A 2a Guerra Mundial é uma guerra de máquinas, aviões, tanques, colunas motorizadas, artilharia pesada, navios e submarinos. Antes da explosão do conflito, os Estados Unidos esforçam-se por desenvolver a indústria de guerra e reúnem uma produção bélica 50% mais poderosa do que as da Alemanha e Japão juntos. Nos anos de 1943 e 1944, os Estados Unidos fabricam um navio por dia e um avião a cada cinco minutos.
Crise econômica – O protecionismo comercial favorece a indústria, mas não facilita as exportações. O aumento do consumo e os novos processos de trabalho (produção em série e linha de montagem) fazem com que a produção de bens de consumo, automóveis e construção dobre entre 1921 e 1929. Mas o consumo e as exportações não acompanham o crescimento da produção. O mercado fica saturado, há queda das vendas, endividamento bancário, diminuição e paralisia das atividades industriais, desemprego, retração das compras e maior saturação do mercado, numa espiral recessiva.
Quebra da Bolsa de Nova York – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira chegam a seu limite em 24 de outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, conhecido também como crack da bolsa. No setor de crédito, 9.096 bancos quebram e as cotações das ações reduzem-se em 87% entre setembro de 1929 e julho de 1932. As atividades econômicas regridem ao nível de 1913. O desemprego toma proporções gigantescas (retratado no filme Tempos modernos, de Charles Chaplin). Na década de 30 são mais de 13 milhões de pessoas que percorrem o país em busca de emprego. A supressão dos créditos americanos a outros países, a paralisação das exportações para a América e a queda dos preços das matérias-primas dá amplitude mundial à crise. Para frear a queda dos preços, milhares de toneladas de produtos agrícolas são destruídos nos Estados Unidos, Europa e América Latina. Em 1932 Franklin Roosevelt assume a presidência.
Repercussão internacional – Em conseqüência da quebra da Bolsa, o comércio internacional regride e surgem em diversos países medidas protecionistas como a proibição pura e simples da importação de algumas mercadorias até a limitação na utilização de divisas. O padrão ouro é substituído pelo dólar. A crise monetária reflete-se nos balanços internacionais de pagamentos e vários governos suspendem as amortizações de dívidas e o pagamento de serviços correspondentes. O número de desempregados nos 32 países mais ricos passa de cerca de 6 milhões em 1929 para 25,4 milhões em 1932. A redução de salários, nos EUA, é de 39% entre 1929 e 1931 e de 60% em 1932.
Roosevelt presidente – Em 1932, no auge da crise que começara em 1929, Franklin Delano Roosevelt, político de família aristocrática, é eleito pelo Partido Democrata presidente dos EUA. Começa a política de reformas conhecida como New Deal (Novo Acordo), que irá promover a recuperação da economia do país.
Pós 2a Guerra Mundial
O término do conflito muda o panorama político e econômico internacional. As perdas materiais e humanas da Europa e do Japão rebaixam a posição das antigas potências. Os Estados Unidos surgem como superpotência, o mesmo acontecendo com a União Soviética, apesar das perdas. Surgem novas nações e novas organizações internacionais, como a ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, criados em 1945. O mundo entra na era nuclear dividido em dois campos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o comunista, sob hegemonia da União Soviética.
ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) surge em 1945, depois da 2a Guerra Mundial. Substitui a Liga das Nações, criada no final da 1a Guerra, e tem como objetivo garantir a paz mundial e a cooperação entre os países. Em 1o de janeiro de 1942, em Washington, Estados Unidos, é elaborada a Declaração das Nações Unidas por representantes de 26 nações. Na ocasião, o presidente Roosevelt pronuncia pela primeira vez a expressão “nações unidas”. Três anos depois, a Conferência de São Francisco reagrupa 50 países, sob o comando dos Estados Unidos, Reino Unido, China e União Soviética. É assinada a Carta das Nações Unidas. A primeira sessão da ONU acontece em Londres, em janeiro e fevereiro de 1946. A sede oficial passa a ser Nova York.
Atualmente, das 192 nações existentes, 185 integram a ONU. Os principais órgãos da ONU são a Assembléia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Corte Internacional de Justiça e Secretaria Geral. Há ainda agências especializadas, organismos intergovernamentais que trabalham em colaboração com a ONU, como o FMI, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Política externa – Roosevelt rompe a política do isolacionismo. Os Estados Unidos entram na Organização Internacional do Trabalho em 1934, mas o presidente não consegue apoio interno para aderir ao Tribunal Internacional de Justiça. O país reconhece a União Soviética em 1933 e evita repetir o intervencionismo militar na América Latina (‘’política de boa vizinhança’’). Renuncia ao domínio sobre Cuba e ao protetorado sobre o Haiti. Na VIII Conferência Pan-Americana de 1938, os Estados Unidos prometem para 1944 a independência das Filipinas. A Lei sobre Neutralidade é modificada, em 1937, deixando de proibir a venda ou fornecimento de armas a países em guerra. Criam-se condições para fornecer armamentos a países em oposição à Alemanha e ao Japão. O fim da neutralidade norte-americana é anunciado no Discurso da Quarentena, em outubro de 1937, em Chicago. Roosevelt afirma que a epidemia de violência no mundo torna impossível a neutralidade e ordena o rearmamento a partir de 1938. Em novembro de 1940 é criado o Conselho de Defesa Nacional e, em janeiro de 1941, Roosevelt proclama as Quatro Liberdades: expressão, culto, luta contra a miséria e luta contra o medo. Em março de 1941 é aprovada a Lei do Crédito e do Arrendamento, que permite o envio de materiais de guerra aos aliados sem pagamento à vista.
Mudanças nos Estados Unidos
A corrida armamentista com a União Soviética, a derrota militar no Vietnã, a presença hegemônica americana em todo o mundo, o predomínio do sistema financeiro, as crises do petróleo e a concorrência de produtos alemães e japoneses introduzem mudanças na economia americana, que entra num período de relativo declínio. Essa situação influi na posição mundial dos Estados Unidos.
Declínio econômico – Caracteriza-se por perda do poder competitivo das indústrias e da agricultura americanas, aumento constante do déficit comercial, predomínio do sistema financeiro sobre o produtivo e pela transformação dos Estados Unidos, de maior credor internacional, em maior devedor mundial. Durante as décadas de 70 e 80 as empresas japonesas e alemãs introduzem com mais rapidez as inovações da nova revolução tecnológica, reduzindo custos e produzindo em escala superior. A revolução verde iniciada nos anos 60 faz com que a maioria dos antigos países importadores de alimentos e matérias-primas agrícolas se torne auto-suficiente ou exportador de alimentos a custos mais baixos. O volume global das exportações americanas durante os anos 70 e 80 cai, enquanto o volume das importações cresce sem parar. O salto nos preços do petróleo após a crise de 1973 agrava as despesas de importação. Em alguns anos o déficit atinge cifra superior a US$100 bilhões. Para sustentar a corrida armamentista e a política externa hegemônica, assim como os déficits comerciais, o governo americano toma dinheiro no mercado internacional, principalmente no mercado japonês. No final dos anos 80, os Estados Unidos pagam mais de US$ 100 bilhões anuais de juros. O sistema financeiro acelera sua expansão durante o governo Reagan (1981-1988), cuja política econômica privilegia os juros altos, as isenções de impostos nas operações financeiras e os cortes nos programas assistenciais. Esse privilégio encarece a produção e agrava o declínio competitivo americano.
Ampliação dos direitos civis – Ocorre como conseqüência das lutas dos negros e outros segmentos da população americana desde os anos 60. A lei sobre direitos civis, de 1964, estabelece a igualdade de direitos entre negros e brancos e é complementada, no ano seguinte, pela lei que proíbe negar o direito de voto à população negra. Os movimentos pela paz, a partir de 1967, culminam com os acordos de Genebra e a retirada das tropas americanas do Sudeste Asiático, em 1973, no governo do presidente Richard Nixon, que deixa o cargo em 1974 sob a ameaça de sofrer o impeachment por violação dos direitos civis no caso Watergate.
Richard Nixon (1913-1994), político norte-americano que notabiliza-se inicialmente como um dos incentivadores da campanha anticomunista dos anos 50, como assessor do senador Joseph McCarthy. Em 1960 concorre à presidência pelo Partido Republicano, mas é derrotado por John Kennedy. Torna-se presidente dos Estados Unidos em 1968 e é reeleito em 1972. Apesar de ser considerado um dos mais duros anticomunistas americanos, inicia uma política de distensão com o Vietnã que acaba por retirar os Estados Unidos da guerra, em 1973. Também promove o início da ‘’détente’’ (distensão) com a União Soviética e aproxima-se da China, com a chamada política do ping-pong, a partir da visita do secretário de Estado de seu governo, Henry Kissinger, a Pequim, em 1971. As investigações do caso Watergate levam Nixon a renunciar em 1974, antecipando-se ao decreto do impeachment pelo Congresso.
Caso Watergate – Durante a campanha eleitoral de 1972, um grupo de homens é detido pela polícia ao invadir à noite a sede do Partido Democrata, de oposição, no edifício Watergate, em Washington. O jornal The Washington Post revela o envolvimento do grupo com colaboradores diretos do presidente Nixon, que são demitidos e processados. Durante a investigação oficial que se segue são apreendidas fitas gravadas que demonstram que o presidente tinha conhecimento das operações ‘’sujas’’ contra a oposição. Em 8 de agosto de 1974, antes que o impeachment seja votado, Nixon renuncia e é substituído na Casa Branca por seu vice, Gerald Ford, cuja primeira medida é assinar uma anistia para todos os crimes que Nixon porventura tenha cometido.
Manutenção do poderio militar – Depois da derrota no Sudeste Asiático, o governo do presidente Ronald Reagan retoma a corrida armamentista em 1979, com o projeto Guerra nas Estrelas e a instalação de mísseis nucleares de médio alcance nos países aliados europeus. O projeto Guerra nas Estrelas objetiva colocar no espaço um escudo protetor antimísseis. Essa decisão gera uma onda de protestos pacifistas. Em virtude da produção de armas, os Estados Unidos consomem mais de 12% de seu orçamento nacional em gastos militares (cerca de US$ 400 bilhões anuais). Em 1987 os Estados Unidos renunciam ao projeto Guerra nas Estrelas e iniciam negociações sobre armas nucleares com a União Soviética. Um acordo sobre eliminação de mísseis de longo alcance, assinado em novembro, prevê a eliminação dos SS-20 soviéticos e dos Pershing-2 e Cruise, dos EUA. O fim da corrida armamentista com a URSS, que reduz drasticamente o perigo do confronto nuclear entre as superpotências, não afeta o predomínio americano no terreno das armas convencionais.
Limitações da política externa – Aparecem à medida que os Estados Unidos tentam manter sua política hegemônica. Os aliados dos norte-americanos apresentam crescente autonomia em suas decisões. Essas limitações começam com a derrota no Vietnã, a retirada das tropas americanas do Sudeste Asiático e o acordo de limitação das armas estratégicas ofensivas, em 1975, durante o governo Ford. As tentativas do governo Carter, em 1978, de retomar a iniciativa hegemônica, interferindo na crise do Oriente Médio, não conseguem superar aquelas limitações, que são ressaltadas com o fracasso do resgate dos reféns na embaixada em Teerã. O governo Reagan procura retomar a iniciativa, promovendo o fim da crise dos reféns no Irã, em troca do fornecimento de armas (1981), estimulando o Iraque na guerra contra o Irã (1981-1988), aumentando a presença militar americana no Líbano (1982) e intensificando a pressão contra as forças esquerdistas na América Central, com a invasão de Granada (1982), o apoio à ditadura direitista em El Salvador e o envio maciço de ajuda militar aos guerrilheiros anti-sandinistas da Nicarágua, os “contras”. A retomada da iniciativa militar dos EUA prossegue durante o governo de George Bush (1988-1992).
GUERRA DE SECESSÃO
Acontece entre 1861 e 1865, resultado dos atritos entre as regiões norte e sul dos Estados Unidos, devido à divergência dos sistemas econômico, social e político.
Diferenças entre norte e sul – Em 1860 predomina na região norte dos Estados Unidos a economia agrícola dos farmers (pequenos produtores), e a indústria com trabalho assalariado. O sul está organizado em grandes plantações algodoeiras cultivadas por escravos negros. A eleição de Abraham Lincoln como presidente, em 1861, com uma plataforma política nortista, coloca a União em confronto com os sulistas.
Guerra civil – As tensões entre norte e sul crescem devido às divergências sobre a introdução de uma política protecionista, defendida pelo norte, e à campanha abolicionista. São criadas sociedades nortistas que ajudam a fuga de escravos para o norte, onde ganham a liberdade. Alguns Estados do sul decidem então se separar e criam a Confederação dos Estados da América (por isso passam a ser chamados de confederados), com capital em Richmond, Virgínia. Apesar de não ser um abolicionista radical, Lincoln não aceita o desmembramento da União e declara guerra ao sul. A resistência sulista é muito violenta, apesar da inferioridade de forças e do bloqueio naval estabelecido pelo norte. Para conseguir o apoio dos negros, Lincoln emancipa os escravos em 1863. Em abril de 1865 os confederados se rendem. Dias depois Lincoln é assassinado por um escravista fanático durante uma apresentação de teatro.
Conseqüências da Secessão – A guerra faz 600 mil mortos, causa prejuízos de US$ 8 bilhões e deixa o sul destruído. Mesmo com o fim da escravidão os negros continuam sem direito à propriedade agrícola e sofrem discriminação econômica, social e política.
Abraham Lincoln (1809-1865) nasce no Estado de Indiana, filho de imigrantes ingleses. Começa a trabalhar muito jovem e, sem poder freqüentar uma escola, torna-se autodidata. Forma-se em direito e entra para a carreira política elegendo-se várias vezes como deputado e senador. Em 1861 é eleito décimo sexto presidente norte-americano, defendendo entre outras coisas, a emancipação gradativa dos escravos dos EUA. Para conter a iniciativa separatista dos Estados do sul – escravocratas –, dá início à Guerra da Secessão (1861-1865). É assassinado por um ator escravista fanático numa apresentação de teatro em Washington dias depois da rendição dos sulistas.
Anos dourados de Hollywood
Nos Estados Unidos, após a Depressão, a indústria recupera-se. Hollywood vive os seus anos de ouro em 1938 e 1939. Surgem superproduções como A dama das Camélias, ...E o vento levou, O morro dos ventos uivantes e Casablanca. Novos recursos técnicos possibilitam o desenvolvimento pleno de todos os gêneros. Desafiando o esquema dos grandes estúdios hollywoodianos, Orson Welles lança, em 1941, O cidadão Kane, filme que revoluciona a estética do cinema.
Orson Welles (1915-1985), diretor, ator e roteirista, nasce nos Estados Unidos e estuda pintura no Chicago Arts Institute. Como ator teatral funda, em 1936, o Mercury Theatre, em Nova York. Dois anos mais tarde passa a trabalhar no rádio, onde faz em 30 de outubro de 1938 uma emissão dramatizada da Guerra dos mundos, de H.G. Wells, na qual anuncia a invasão da Terra por marcianos. Causa pânico na população e ganha notoriedade nacional. Em 1941 lança O cidadão Kane, onde subverte a narrativa cronológica, com um enredo não-linear, ousadia na profundidade de campo e iluminação inspirada no expressionismo. Cria depois outras obras, como It’s all true (interrompida e concluída postumamente), e Macbeth e Othello, de inspiração shakesperiana.
MUSICAL
Surge em Hollywood na década de 30 e se caracteriza por roteiros musicais que mesclam danças, cantos e músicas. No início dos filmes falados, os musicais sofrem grande influência do teatro. O filme que definitivamente estabelece o gênero é Broadway melody, em 1929, de Harry Beaumont. Seu êxito provoca uma onda de filmes que rapidamente se tornam populares, como Caçadoras de ouro, A canção do deserto e O rei do jazz. Voando para o Rio, de 1933, projeta Fred Astaire e Ginger Rogers. Gene Kelly (Diário de um homem casado), Rita Hayworth (O protegido do papai) e Judy Garland (O mágico de Oz) também ganham notoriedade.
COMÉDIA
Gênero consolidado na década de 20, a comédia incorpora novos nomes. Os irmãos Marx brilham com seus diálogos absurdos e graças de picadeiro em No hotel da fuzarca, Diabo a quatro e Uma noite na ópera. Os atores Oliver Hardy e Stan Laurel notabilizam a dupla O Gordo e o Magro em Fra Diavolo e Filhos do deserto. W.C. Fields, que surgiu no cinema por volta de 1915, destaca-se na década de 30, com No tempo do onça e A filha do saltimbanco. O prestígio de Chaplin mantém-se em filmes como Luzes da cidade e Tempos modernos, que adquirem dimensão política. A combinação de ousadias eróticas e certa dose de crítica do cotidiano resulta na comédia de costumes, que domina o cinema americano. O alemão Ernst Lubitsch desenvolve o estilo em filmes como Ladrão de alcova e Ninotchka, este com Greta Garbo. Outros representantes: George Cukor (Uma hora contigo), William Wellman (Nada é sagrado), Leo McCarey (Cupido é moleque travesso), Howard Hawks (Levada da breca) e um dos maiores nomes das décadas de 30/50, o diretor Frank Capra.
Frank Capra (1897-1991) nasce na Sicília e emigra para os Estados Unidos, em 1903. Na juventude estuda química e matemática. Começa no cinema como argumentista dos cômicos Laurel e Hardy (O Gordo e o Magro). Na direção, desenvolve uma obra de conteúdo social, otimista e confiante na democracia americana, que acerta em cheio, nos anos difíceis da Depressão. Aconteceu naquela noite, de 1934, ganha os principais Oscars do ano. Do mundo nada se leva (1938), A mulher faz o homem (1939) e Adorável vagabundo (1941) são seus principais sucessos.
WESTERN
Gênero específico americano, o western (faroeste) explora marcos históricos, como a Conquista do Oeste, a Guerra de Secessão e o combate contra os índios. Cenas de ação e aventura envolvem caubóis e xerifes. Em 1932 inicia-se uma grande produção de westerns, onde o caubói é também cantor, como Gene Autry e Roy Rogers. Em 1935, Cecil B. de Mille produz Jornadas heróicas. Em 1939, com No tempo das diligências, John Ford abre o ciclo de produções com grandes diretores e astros, onde se destacam também King Vidor (Duelo ao sol) e Henry King (Jesse James).
John Ford (1895-1973), diretor americano nascido no Maine, filho de irlandeses, é um dos cineastas mais premiados do mundo. Depois de se formar no ensino médio, vai para Hollywood, em 1914. Começa trabalhando como ator, contra-regra e assistente nos filmes de seu irmão, Francis Ford, diretor e roteirista da Universal. Em 1917 estréia na direção, fazendo pequenos westerns. Seus filmes possuem orçamentos modestos, poucos atores, e alternam dramas com trechos de comédias. Sangue de herói e O céu mandou alguém, ambos de 1948, estão entre os westerns mais importantes da década de 40.
TERROR
São várias as tendências dos filmes de terror, que têm em comum o desequilíbrio e a transgressão do real. Em 1931, Drácula e Frankenstein entram em cena. Um ano depois, é a vez de O médico e o monstro, baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Em 1933, o gorila King Kong assusta as platéias do mundo inteiro.
POLICIAL
O filme policial surge na França, no começo do século, mas é nos Estados Unidos, a partir da década de 30, que o gênero se firma. Cenários sombrios e escuros, neblina, cenas de crimes e violência envolvem detetives, policiais, aristocratas e belas mulheres. O filme noir – como os franceses o denominaram – logo se impõe como um grande gênero. Destacam-se Howard Hawks (Scarface) e John Huston (Relíquia macabra).
Universo mecânico
O aperfeiçoamento dos motores, das máquinas e as novas formas de energia, como a eletricidade, dominam o panorama tecnológico de meados do século XIX até a 2a Guerra Mundial. A descoberta e comercialização do petróleo substituem os motores a vapor pelos de combustão interna. No final do século XIX, o automóvel é inventado simultaneamente por Henry Ford, nos Estados Unidos, e Carl Benz, na Alemanha.
Henry Ford (1863-1947), industrial norte-americano, abandona a escola aos 15 anos e desde cedo interessa-se por mecânica. Criador da linha de montagem na fabricação de automóveis, projeta o modelo de carro mais popular dos primeiros anos da indústria automobilística, o model T, conhecido no Brasil como o “ford-bigode”. Paga salário acima do mercado para seus operários, mas proíbe sua sindicalização. Publica três livros – Minha vida e obra (1922), Hoje e amanhã (1926) e Filosofia de trabalho (1929) – onde relata suas experiências.
Dados gerais
Nome oficial: Estados Unidos da América.
Capital: Washington.
Nacionalidade: americana ou estadunidense.
Língua: inglês (oficial); espanhol (minoria).
Religião: cristianismo (protestantes: batistas, metodistas, luteranos, ortodoxos, maioria; católicos); islamismo, judaísmo, budismo etc.
Data nacional: 4/7 (Independência).
Moeda: dólar (dividido em 100 cents).
Geografia
Localização: centro da América do Norte.
Área: 9.372.614 km².
Limites: Canadá (N); oceano Pacífico (O); oceano Atlântico (L); México e golfo do México (S).
Características: planície costeira separada da central pelos montes Apalaches (L); Grandes Lagos (Érié, Huron, Michigan, Ontário, Superior, principais) e montanhas (N); cadeia montanhosa das Rochosas (de NO a SO); cadeia da Costa (costa do Pacífico); serra Nevada (SO); vale Central da Califórnia (O); planaltos do Colorado (SO) e da Colúmbia (NO); pradarias (centro).
Ponto mais elevado: monte McKinley (6.194 m) (Alasca).
Clima: temperado continental (L); subtropical (SE); de montanha (centro e montanhas Rochosas); árido tropical (SO); mediterrâneo (costa O); árido frio (NO).
Rios principais: Mississippi, Missouri, Grande, Yukon, Arkansas, Ohio, Vermelho, Colorado, Snake.
Cidades mais populosas: Nova York (7,3 milhões hab.); Los Angeles (3,4 milhões); Chicago (2,7 milhões); Houston (1,6 milhão); Filadélfia (1,5 milhão); San Diego (1,1 milhão) (1992).
Hora local (em relação a Brasília): -2h (Nova York, Washington D.C.); -5h (costa O); -7h (Havaí); -7h a -8h (Alasca).
Demografia
População: 257,8 milhões (1994); urbana: 75,2% (1990).
Densidade (hab./km²): 27,5 (1994).
Composição demográfica: brancos, 80,3%; negros, 12,1%; outros, 7,6% (1990).
Faixas etárias: 0-14: 21,9%; 15-59: 61,4%; mais de 60: 16,7% (1991).
Crescimento demográfico: 0,9% (1985-1992).
Natalidade: 16 por mil (1992).
Mortalidade: 8,5 por mil (1992); mortalidade infantil: 10,3 por mil (1991).
Fertilidade (no de filhos por mulher): 2 (1989).
Expectativa de vida: homens: brancos: 72,6; negros, 68,4; mulheres: brancas: 79,3; negras, 76,3 (1990).
Governo
Regime: república presidencialista.
Divisão administrativa: 50 Estados e o distrito de Columbia.
Territórios: Guam, Ilha Wake, Ilhas Marianas do Norte, Ilhas Virgens Americanas, Porto Rico, Samoa Americana.
Chefe de Estado e de governo: presidente Bill (William Jefferson) Clinton (desde 20/1/1993).
Regime partidário: pluripartidarismo; principais partidos: Republicano, Democrata.
Legislativo: bicameral – Senado, com 100 membros (2/3 para mandatos de 6 anos e 1/3 para 2 anos), e Câmara dos Representantes, com 435 membros eleitos para mandatos de 2 anos, ambos por voto direto.
Constituição em vigor: 4/3/1789 (27 emendas).
Economia
Composição: agricultura: 2% do PNB (1991); indústria: 27,5% do PNB (1990); comércio: 16%; serviços: 53,8% do PIB (1989).
Agricultura: milho, soja, trigo, aveia, cevada, batata, beterraba, frutas cítricas, algodão, tabaco, feno.
Pecuária: bovinos, suínos, aves.
Pesca: 4 mil t (1992).
Indústria: equipamentos de transporte, máquinas industriais, aparelhos elétricos, refino de petróleo, gráfica e editorial, metalúrgica.
Minerais: petróleo, gás natural, carvão, cobre, ferro, prata, urânio.
Exportações: US$ 420,8 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de transporte, artigos manufaturados de base, combustíveis químicos e lubrificantes (1992).
Importações: US$ 551,6 bilhões (1992); produtos: máquinas industriais e equipamentos de transporte, artigos manufaturados de base, químicos e derivados, alimentos e animais vivos (1992).
Parceiros comerciais: Canadá, Japão, México, Reino Unido, Alemanha.
Pesos e medidas: padrões britânicos.
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 5,9 trilhões (1992); renda per capita: US$ 23.240 (1992); crescimento anual: 1,7% (1980-1992).
Inflação anual: 2,7% (1993).
Dívida externa: US$ 623,3 bilhões (1992).
Força de trabalho: 129,5 milhões (1993); agricultura: 2,7%; indústria: 24%; outros: 73,3% (1993); mão-de-obra feminina: 45% (1991).
Desemprego: 6,7% (1993).
Saúde
Leitos hospitalares: 1 por 188 hab.; médicos: 39,1 por 10 mil hab. (1992).
Investimento: 19,6% do orçamento (1991/1992).
Educação
Analfabetos: 4,5% (1980).
Alunos de 1o e 2o graus: 48,1 milhões; professores: 2,7 milhões (1992/1993).
Alunos no ensino superior: 14,5 milhões; professores: 890 mil (1990/1991).
Investimento: 13,8% do orçamento (1990/1991).
Transportes
Rodovias: 6,2 milhões km; 58% pavimentados (1990); no de veículos: 188,5 milhões; automóveis: 143,5 milhões (1990).
Ferrovias: 232 mil km (1990).
Portos: Nova York, Nova Orleans, Houston, Duluth Superior (canal do rio São Lourenço-Grandes Lagos) e ao longo dos rios Mississippi e Ohio.
Linhas aéreas: American Airlines, Braniff, Continental Airlines, Delta Airlines, Piedmont Airlines, Trans World Airlines, United Airlines, Northwest Airlines (vôos internacionais e domésticos); USAir (regionais); Hawaiian Airlines (domésticos), Flying Tiger Lini (carga).
Comunicações
Receptores de rádio: 1 por hab. (1991).
Receptores de TV: 1 por 1,2 hab. (1991).
Linhas telefônicas: 1 por 2 hab. (1990).
Jornais: 1.755 diários; no de exemplares por mil hab.: 249 (1992).
Defesa
Efetivo total: 1,7 milhão (1993); exército: 586 mil; marinha: 693 mil; força aérea: 450 mil.
Investimento: 18,9% do orçamento (1993/1994).
Representação diplomática
SES – Av. das Nações, lote 3, quadra 801, CEP 70403-900, Brasília, DF; tel. (061) 321-7272; fax (061) 225-9136.
Independência na América
A independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a difusão das idéias iluministas, a expansão napoleônica e o crescimento do comércio marítimo inglês enfraquecem o controle colonial e estimulam movimentos pela independência nas colônias da América Central e do Sul, a partir do final do século XVIII.
Crise do colonialismo – Embora separada por algumas décadas, a independência dos Estados Unidos e a dos países da América espanhola inserem-se no mesmo contexto de ascensão da burguesia e de mudanças políticas radicais. Essas mudanças serão introduzidas, entre os séculos XVIII e XIX, pela influência do pensamento iluminista francês e do liberalismo inglês.
Antecedentes – Espanha e Portugal, as principais potências coloniais na América, procuram revitalizar a estrutura colonial por meio do protecionismo econômico e da difusão da cultura européia e do catolicismo. Essas medidas se chocam com os interesses econômicos da Inglaterra, França e Estados Unidos, que pretendem o livre comércio e novos mercados para seus produtos industriais. Nas colônias cresce o sentimento de identificação nacional e o movimento de emancipação inspirado nos ideais de liberdade e igualdade de direitos importados da Revolução Francesa.
Influência inglesa – Enquanto a França e a Espanha são aliadas, a Inglaterra tenta conquistar a região do Prata, entre 1806 e 1807, e apóia os autonomistas da Capitania Geral de Caracas, chefiados por Francisco Miranda. Com a invasão da Espanha por Napoleão, os britânicos aliam-se à resistência espanhola mas procuram se manter neutros aos movimentos da região até 1814, quando passam a fazer a mediação dos conflitos das colônias. O apoio da Inglaterra às nações americanas que se tornam independentes tem como objetivo o controle do comércio da região. Isso impede que outros países europeus auxiliem a Espanha na luta contra os “patriotas” e fortalece a Doutrina Monroe, de 1823, contrária à intervenção européia na América.
Formação dos Estados Unidos
Em 1777, um ano depois da independência, cada um dos 13 Estados norte-americanos substitui seus estatutos coloniais por constituições próprias que garantem a soberania do povo, a divisão de poderes, a elegibilidade dos cargos públicos e a separação da igreja do Estado.
República norte-americana – Em 1787 os Estados concordam, na Convenção de Filadélfia, em estabelecer uma República federativa presidencialista, cujo texto constitucional só entra em vigor em 1789. A Constituição garante a divisão de poderes e um sistema de controle mútuo. Os assuntos relacionados à defesa, moeda e assuntos externos são de competência do governo federal, enquanto os demais são incumbência dos Estados.
Conquista do Oeste – É estimulada desde o governo de George Washington (1789-1796), que oferece facilidades, como preços baixos para as terras conquistadas e prêmios aos pioneiros. Milhares de colonos organizam caravanas e passam a enfrentar os índios da região tomando suas terras. Antes da expansão existem cerca de 1 milhão de índios no Oeste norte-americano. Em 1860 a população indígena está reduzida a cerca de 300 mil, que passam a viver em reservas oficiais.
Independência dos EUA
A Independência dos Estados Unidos destrói a unidade do sistema colonial, colaborando decisivamente para a derrocada do Antigo Regime. As 13 colônias, estabelecidas a partir do século XVII no território norte-americano, contam, nas últimas décadas do século XVIII, com mais de 2 milhões de colonizadores. No centro – Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e Delaware – e no norte – Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut – europeus exilados por motivos políticos ou religiosos vivem em pequenas e médias propriedades. Embora a Inglaterra proíba o estabelecimento de manufaturas nas colônias, a incipiente indústria do centro-norte não é incomodada pelas autoridades, pois não compete com o comércio da metrópole. No sul – Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia – predomina a grande propriedade rural, ocupada pela monocultura dirigida à exportação e tocada pela mão-de-obra escrava, com pouco espaço para o trabalho livre. Os nortistas, no entanto, atravessam as fronteiras e concorrem com o comércio metropolitano, levando a Inglaterra a endurecer a política com as colônias.
Influência da Guerra dos Sete Anos – Travada de 1756 a 1763 entre a Inglaterra e a França e vencida pelos ingleses, transfere para a Coroa britânica a maioria das possessões francesas, incluindo as terras situadas na América, a oeste das 13 colônias. Como os colonos norte-americanos não haviam contribuído para o esforço militar inglês, o Parlamento decide cobrar deles os custos da guerra, aumentando as taxas e reforçando os direitos da Coroa no continente.
Novos impostos ingleses – São cobrados para cobrir as despesas com uma força militar de 10 mil homens deslocada para a América pelos ingleses. O Parlamento aprova, em 1764, a Lei do Açúcar (Sugar Act) e, em 1765, a Lei do Selo (Stamp Act).
Lei do Açúcar – Proíbe a importação de rum estrangeiro e taxa a importação de carregamentos de açúcar procedentes de qualquer lugar que não das Antilhas britânicas.
Lei do Selo – Institui a cobrança de impostos sobre documentos, impondo selagem até a baralhos e dados. As leis do Açúcar e do Selo são revogadas por pressões dos colonos e dos comerciantes ingleses, boicotados pelos norte-americanos.
Lei dos Alojamentos – É aprovada em 1765 e exige dos colonos norte-americanos o pagamento pelos alojamentos e alimentação das tropas inglesas.
Lei do Chá (Tea Act) – É o estopim da crise entre a colônia e a metrópole, pois dá o monopólio do comércio do chá à Companhia das Índias Orientais, depositária dos interesses de diversos políticos ingleses. Com a nova legislação, a Companhia transporta o chá diretamente das Índias para a América, prejudicando os intermediários residentes na colônia.
Festa do chá em Boston – Nome pelo qual é conhecida a destruição, em 1773, de três centenas de caixas de chá retiradas dos navios ingleses, no porto de Boston, por comerciantes disfarçados de índios.
Leis Intoleráveis – O nome designa as leis promulgadas pelo Parlamento, em 1774, em represália à revolta da Festa do chá, com o objetivo de conter o clima de insubordinação. O porto de Boston é interditado até o pagamento dos prejuízos e são tomadas outras medidas severas, como o julgamento e a punição de todos os colonos envolvidos em distúrbios contra a Coroa. As Leis Intoleráveis provocam a convocação do Primeiro Congresso Continental de Filadélfia (1774), não-separatista, cujos participantes pedem ao rei e ao Parlamento a revogação da legislação autoritária como forma de concretizar a igualdade de direitos dos colonos.
Batalha de Lexington – Acontece em 1775, quando um destacamento inglês tenta destruir um depósito de armas controlado pelos rebeldes e encontra feroz resistência por parte de tropas coloniais semi-improvisadas. É considerado o marco inicial da guerra pela independência. Os colonos se organizam militarmente e são declarados rebeldes pelo trono inglês. A revolta contra a Inglaterra se instala de forma declarada.
Guerra da Independência – Começa em 1775, com a tomada de Boston pelos norte-americanos, e se estende até 1781, com a derrota da Coroa. Em 1776, a Virgínia declara-se independente. O Segundo Congresso da Filadélfia, reunido desde 1775, nomeia George Washington, da Virgínia, comandante das tropas norte-americanas e conclama os cidadãos às armas.
Declaração de Independência – É redigida por uma comissão de cinco membros liderados por Thomas Jefferson. O documento, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel Adams, é promulgado em 4 de julho de 1776, na Filadélfia, por delegados de todos os territórios. A Declaração de Independência dos Estados Unidos é inspirada nos ideais do Iluminismo e defende a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano.
George Washington (1732-1799), filho de um grande proprietário de terras da Virgínia, torna-se agrimensor. É encarregado de levar um ultimato aos franceses que haviam invadido terras do Ohio. Não é atendido e recebe o posto de tenente-coronel, participando da luta contra os franceses, derrotados em 1758. Eleito para o Parlamento da Virgínia (1759-1774), ataca a política colonial inglesa. Com o início da guerra da Independência, em 1775, é nomeado comandante-em-chefe, cargo que ocupa até a vitória final dos norte-americanos. É convocado para presidir a convenção federal da Filadélfia, quando coloca a Constituição de 1787 em votação. Em 1789 é eleito, por unanimidade, o primeiro presidente dos Estados Unidos. No final de 1792, é reeleito por unanimidade e, terminado o mandato, recusa-se a concorrer novamente, estabelecendo uma norma eleitoral nos Estados Unidos.
Ajuda francesa – A participação de tropas francesas é decisiva na consolidação das lutas pela independência dos EUA. A intervenção acontece graças à afinidade com os norte-americanos em relação aos ideais libertários do Iluminismo. É também um revide à derrota sofrida na Guerra dos Sete Anos. Os franceses fornecem o capital necessário para sustentar o movimento e aliciam os espanhóis contra os ingleses. A participação da Marinha francesa é fundamental na ampliação da guerra, levada ao Caribe e às Índias. Finalmente, em 1781, o Exército inglês se rende em Yorktown, depois de sitiado pelas tropas rebeldes.
Tratado de Versalhes – Reunido em 1783, reconhece a independência dos Estados Unidos da América. Os aliados dos norte-americanos são recompensados: a França recupera Santa Lúcia e Tobago, nas Antilhas, e suas possessões no Senegal; a Espanha ganha a ilha de Minorca e a região da Flórida.
Primeira Constituição dos EUA – Proclamada em 1787, representa um compromisso entre a tendência republicana, liderada por Jefferson e responsável pela grande autonomia dos Estados membros da federação, e a tendência federalista, defensora de um poder central forte. No geral, os princípios constitucionais de 1787 continuam em vigor, como a adoção da república federativa presidencialista como forma de governo; a separação dos poderes em Executivo (administração), Legislativo (elaboração das leis) e Judiciário (aplicação da justiça); e o estabelecimento de direitos civis e políticos, como as liberdades de expressão, de imprensa, de crença religiosa e de reunião, a inviolabilidade do domicílio e da correspondência e o direito a julgamento.
GUERRA FRIA
Tem como eixo a disputa pela hegemonia mundial entre as duas superpotências, que se estenderá por mais de 40 anos. Com sistemas sociais e políticos opostos, armas nucleares e políticas de conquista da hegemonia mundial, Estados Unidos e União Soviética mantêm o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear. São chamadas de superpotências porque cada uma delas tem armamentos suficientes para destruir o planeta sozinha.
HEGEMONIA DOS EUA
Conquistada em virtude do fortalecimento dos Estados Unidos durante a guerra, concomitante ao enfraquecimento relativo das potências européias. A economia norte-americana se expande internacionalmente. Suas Forças Armadas detêm o monopólio da bomba atômica e disseminam bases pelo mundo. Washington dita a política no Ocidente e disputa a hegemonia no resto do planeta. A supremacia econômica é alcançada com a exportação de capitais, empresas, produtos industriais e agrícolas e tecnologia. As empresas norte-americanas tornam-se multinacionais, com filiais espalhadas por todo o mundo. Exercem influência sobre as economias nacionais e determinam seu rumo. A busca da hegemonia política tem por base a Doutrina Truman.
Neocolonialismo
O colonialismo do século XIX (neocolonialismo), incrementado a partir de 1880, tem por base uma nova divisão econômica e política do mundo pelas potências capitalistas em ascensão. Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha experimentam um auge industrial e econômico a partir de 1870, seguidos pela França e Japão. Itália e Rússia ingressam na via da industrialização nesse mesmo período. Os monopólios e o capital financeiro de cada potência competem acirradamente pelo controle das fontes de matérias-primas e pelos mercados situados fora de seus países.
Tipos de colônia – O neocolonialismo desenvolve política que tem por eixo dois tipos de colônia: as colônias comerciais e as colônias de assentamento. As colônias comerciais devem fornecer matérias-primas e, ao mesmo tempo, constituir-se em mercados privilegiados para produtos e investimentos de capitais das metrópoles. As colônias de assentamento servem de áreas de recepção dos excedentes populacionais das metrópoles.
ESTADOS UNIDOS
Na fase final da 1a Guerra Mundial os Estados Unidos dão início à sua interferência nos assuntos europeus. Fornecem empréstimos à Entente, enviam tropas e mediam o armistício, por meio dos 14 pontos do presidente Wilson. Problemas sociais e econômicos internos fazem o país oscilar entre isolamento e intervencionismo. Os anos 20 são marcados por agitações sociais, greves, atentados e manifestações populares. Imigrantes europeus se destacam nesse processo, sendo presos e deportados os suspeitos de anarquismo ou radicalismo. Os anarquistas italianos Niccola Sacco e Bartolomeo Vanzetti são condenados à cadeira elétrica em 1921. A Lei Seca é promulgada em 1920, com o objetivo de combater o absenteísmo no trabalho e outras práticas sociais consideradas desagregadoras. Mulheres lutam pelo direito de voto, refletindo seu peso crescente no mercado de trabalho (2 milhões em 1914 e 10 milhões em 1930). Entre 1921 e 1924 são colocadas em prática restrições à imigração, com base em leis racistas, e a Ku Klux Klan, agremiação racista clandestina, desencadeia entre 1924 e 1926, no sul e centro-oeste, uma campanha de violências contra negros, católicos, judeus, intelectuais e adversários da Lei Seca.
2a Guerra Mundial
A humilhação sofrida pela Alemanha com o Tratado de Versalhes cria as condições ideais para a germinação do nacional-socialismo – nazismo – alemão e a ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-socialismo toma o poder pela violência, elimina as dissensões internas com métodos violentos e combate a divisão do mundo produzida pela 1a Guerra, quando os mercados mundiais são repartidos entre França, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Itália, Japão e Estados Unidos. A política alemã não deixa dúvidas quanto aos desejos de Hitler: o carvão e o ferro da Sibéria; o petróleo da Rumânia e Cáucaso; o trigo da Ucrânia. E, especialmente, o reordenamento do mundo colonial.
Ameaça nuclear – Após a explosão da primeira bomba atômica em 1945, os Estados Unidos fazem testes de novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pacífico, e criam a Comissão de Energia Atômica para a expansão de seu poderio nuclear. Em 1949 a União Soviética explode seu primeiro artefato atômico no deserto do Cazaquistão, entrando na corrida nuclear. O mundo ingressa assim na era do terror atômico, na qual cada uma das superpotências se esforça por conseguir uma bomba mais potente que a experimentada pela outra. Em 1952 os Estados Unidos explodem a primeira bomba de hidrogênio, com potência de 15 milhões de TNT (750 vezes mais potente que a primeira bomba atômica). Em 1955 a União Soviética lança sua bomba de hidrogênio de um avião, considerado um importante avanço técnico sobre os norte-americanos. Essa corrida coloca o mundo diante do perigo da destruição. Mas outros países, como Reino Unido, França, China e Índia, entram no rol de países que têm armas nucleares. Países suspeitos de terem a bomba incluem Paquistão e Israel. Em 1963 é assinado o primeiro acordo de limitação de atividades nucleares, proibindo testes na atmosfera.
Corrida espacial
As primeiras experiências com foguetes datam de 1935. São realizadas simultaneamente na Alemanha e Estados Unidos e estão diretamente vinculadas às pesquisas sobre novos armamentos. Durante a 2a Guerra Mundial, o governo alemão usa os princípios de propulsão de foguetes para construir as primeiras bombas voadoras, a V-1 e a V-2, num programa coordenado por Wernher von Braun. É com essa tecnologia capturada dos alemães que Estados Unidos e União Soviética dão início à chamada corrida espacial: a luta pela primazia na conquista do espaço. Cada passo dessa corrida traduz-se em avanços tecnológicos: novos materiais, aperfeiçoamento de motores, armamentos, satélites meteorológicos e de comunicação.
Guerra de máquinas – A 2a Guerra Mundial é uma guerra de máquinas, aviões, tanques, colunas motorizadas, artilharia pesada, navios e submarinos. Antes da explosão do conflito, os Estados Unidos esforçam-se por desenvolver a indústria de guerra e reúnem uma produção bélica 50% mais poderosa do que as da Alemanha e Japão juntos. Nos anos de 1943 e 1944, os Estados Unidos fabricam um navio por dia e um avião a cada cinco minutos.
Crise econômica – O protecionismo comercial favorece a indústria, mas não facilita as exportações. O aumento do consumo e os novos processos de trabalho (produção em série e linha de montagem) fazem com que a produção de bens de consumo, automóveis e construção dobre entre 1921 e 1929. Mas o consumo e as exportações não acompanham o crescimento da produção. O mercado fica saturado, há queda das vendas, endividamento bancário, diminuição e paralisia das atividades industriais, desemprego, retração das compras e maior saturação do mercado, numa espiral recessiva.
Quebra da Bolsa de Nova York – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira chegam a seu limite em 24 de outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, conhecido também como crack da bolsa. No setor de crédito, 9.096 bancos quebram e as cotações das ações reduzem-se em 87% entre setembro de 1929 e julho de 1932. As atividades econômicas regridem ao nível de 1913. O desemprego toma proporções gigantescas (retratado no filme Tempos modernos, de Charles Chaplin). Na década de 30 são mais de 13 milhões de pessoas que percorrem o país em busca de emprego. A supressão dos créditos americanos a outros países, a paralisação das exportações para a América e a queda dos preços das matérias-primas dá amplitude mundial à crise. Para frear a queda dos preços, milhares de toneladas de produtos agrícolas são destruídos nos Estados Unidos, Europa e América Latina. Em 1932 Franklin Roosevelt assume a presidência.
Repercussão internacional – Em conseqüência da quebra da Bolsa, o comércio internacional regride e surgem em diversos países medidas protecionistas como a proibição pura e simples da importação de algumas mercadorias até a limitação na utilização de divisas. O padrão ouro é substituído pelo dólar. A crise monetária reflete-se nos balanços internacionais de pagamentos e vários governos suspendem as amortizações de dívidas e o pagamento de serviços correspondentes. O número de desempregados nos 32 países mais ricos passa de cerca de 6 milhões em 1929 para 25,4 milhões em 1932. A redução de salários, nos EUA, é de 39% entre 1929 e 1931 e de 60% em 1932.
Roosevelt presidente – Em 1932, no auge da crise que começara em 1929, Franklin Delano Roosevelt, político de família aristocrática, é eleito pelo Partido Democrata presidente dos EUA. Começa a política de reformas conhecida como New Deal (Novo Acordo), que irá promover a recuperação da economia do país.
Pós 2a Guerra Mundial
O término do conflito muda o panorama político e econômico internacional. As perdas materiais e humanas da Europa e do Japão rebaixam a posição das antigas potências. Os Estados Unidos surgem como superpotência, o mesmo acontecendo com a União Soviética, apesar das perdas. Surgem novas nações e novas organizações internacionais, como a ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, criados em 1945. O mundo entra na era nuclear dividido em dois campos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o comunista, sob hegemonia da União Soviética.
ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) surge em 1945, depois da 2a Guerra Mundial. Substitui a Liga das Nações, criada no final da 1a Guerra, e tem como objetivo garantir a paz mundial e a cooperação entre os países. Em 1o de janeiro de 1942, em Washington, Estados Unidos, é elaborada a Declaração das Nações Unidas por representantes de 26 nações. Na ocasião, o presidente Roosevelt pronuncia pela primeira vez a expressão “nações unidas”. Três anos depois, a Conferência de São Francisco reagrupa 50 países, sob o comando dos Estados Unidos, Reino Unido, China e União Soviética. É assinada a Carta das Nações Unidas. A primeira sessão da ONU acontece em Londres, em janeiro e fevereiro de 1946. A sede oficial passa a ser Nova York.
Atualmente, das 192 nações existentes, 185 integram a ONU. Os principais órgãos da ONU são a Assembléia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Corte Internacional de Justiça e Secretaria Geral. Há ainda agências especializadas, organismos intergovernamentais que trabalham em colaboração com a ONU, como o FMI, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Política externa – Roosevelt rompe a política do isolacionismo. Os Estados Unidos entram na Organização Internacional do Trabalho em 1934, mas o presidente não consegue apoio interno para aderir ao Tribunal Internacional de Justiça. O país reconhece a União Soviética em 1933 e evita repetir o intervencionismo militar na América Latina (‘’política de boa vizinhança’’). Renuncia ao domínio sobre Cuba e ao protetorado sobre o Haiti. Na VIII Conferência Pan-Americana de 1938, os Estados Unidos prometem para 1944 a independência das Filipinas. A Lei sobre Neutralidade é modificada, em 1937, deixando de proibir a venda ou fornecimento de armas a países em guerra. Criam-se condições para fornecer armamentos a países em oposição à Alemanha e ao Japão. O fim da neutralidade norte-americana é anunciado no Discurso da Quarentena, em outubro de 1937, em Chicago. Roosevelt afirma que a epidemia de violência no mundo torna impossível a neutralidade e ordena o rearmamento a partir de 1938. Em novembro de 1940 é criado o Conselho de Defesa Nacional e, em janeiro de 1941, Roosevelt proclama as Quatro Liberdades: expressão, culto, luta contra a miséria e luta contra o medo. Em março de 1941 é aprovada a Lei do Crédito e do Arrendamento, que permite o envio de materiais de guerra aos aliados sem pagamento à vista.
Mudanças nos Estados Unidos
A corrida armamentista com a União Soviética, a derrota militar no Vietnã, a presença hegemônica americana em todo o mundo, o predomínio do sistema financeiro, as crises do petróleo e a concorrência de produtos alemães e japoneses introduzem mudanças na economia americana, que entra num período de relativo declínio. Essa situação influi na posição mundial dos Estados Unidos.
Declínio econômico – Caracteriza-se por perda do poder competitivo das indústrias e da agricultura americanas, aumento constante do déficit comercial, predomínio do sistema financeiro sobre o produtivo e pela transformação dos Estados Unidos, de maior credor internacional, em maior devedor mundial. Durante as décadas de 70 e 80 as empresas japonesas e alemãs introduzem com mais rapidez as inovações da nova revolução tecnológica, reduzindo custos e produzindo em escala superior. A revolução verde iniciada nos anos 60 faz com que a maioria dos antigos países importadores de alimentos e matérias-primas agrícolas se torne auto-suficiente ou exportador de alimentos a custos mais baixos. O volume global das exportações americanas durante os anos 70 e 80 cai, enquanto o volume das importações cresce sem parar. O salto nos preços do petróleo após a crise de 1973 agrava as despesas de importação. Em alguns anos o déficit atinge cifra superior a US$100 bilhões. Para sustentar a corrida armamentista e a política externa hegemônica, assim como os déficits comerciais, o governo americano toma dinheiro no mercado internacional, principalmente no mercado japonês. No final dos anos 80, os Estados Unidos pagam mais de US$ 100 bilhões anuais de juros. O sistema financeiro acelera sua expansão durante o governo Reagan (1981-1988), cuja política econômica privilegia os juros altos, as isenções de impostos nas operações financeiras e os cortes nos programas assistenciais. Esse privilégio encarece a produção e agrava o declínio competitivo americano.
Ampliação dos direitos civis – Ocorre como conseqüência das lutas dos negros e outros segmentos da população americana desde os anos 60. A lei sobre direitos civis, de 1964, estabelece a igualdade de direitos entre negros e brancos e é complementada, no ano seguinte, pela lei que proíbe negar o direito de voto à população negra. Os movimentos pela paz, a partir de 1967, culminam com os acordos de Genebra e a retirada das tropas americanas do Sudeste Asiático, em 1973, no governo do presidente Richard Nixon, que deixa o cargo em 1974 sob a ameaça de sofrer o impeachment por violação dos direitos civis no caso Watergate.
Richard Nixon (1913-1994), político norte-americano que notabiliza-se inicialmente como um dos incentivadores da campanha anticomunista dos anos 50, como assessor do senador Joseph McCarthy. Em 1960 concorre à presidência pelo Partido Republicano, mas é derrotado por John Kennedy. Torna-se presidente dos Estados Unidos em 1968 e é reeleito em 1972. Apesar de ser considerado um dos mais duros anticomunistas americanos, inicia uma política de distensão com o Vietnã que acaba por retirar os Estados Unidos da guerra, em 1973. Também promove o início da ‘’détente’’ (distensão) com a União Soviética e aproxima-se da China, com a chamada política do ping-pong, a partir da visita do secretário de Estado de seu governo, Henry Kissinger, a Pequim, em 1971. As investigações do caso Watergate levam Nixon a renunciar em 1974, antecipando-se ao decreto do impeachment pelo Congresso.
Caso Watergate – Durante a campanha eleitoral de 1972, um grupo de homens é detido pela polícia ao invadir à noite a sede do Partido Democrata, de oposição, no edifício Watergate, em Washington. O jornal The Washington Post revela o envolvimento do grupo com colaboradores diretos do presidente Nixon, que são demitidos e processados. Durante a investigação oficial que se segue são apreendidas fitas gravadas que demonstram que o presidente tinha conhecimento das operações ‘’sujas’’ contra a oposição. Em 8 de agosto de 1974, antes que o impeachment seja votado, Nixon renuncia e é substituído na Casa Branca por seu vice, Gerald Ford, cuja primeira medida é assinar uma anistia para todos os crimes que Nixon porventura tenha cometido.
Manutenção do poderio militar – Depois da derrota no Sudeste Asiático, o governo do presidente Ronald Reagan retoma a corrida armamentista em 1979, com o projeto Guerra nas Estrelas e a instalação de mísseis nucleares de médio alcance nos países aliados europeus. O projeto Guerra nas Estrelas objetiva colocar no espaço um escudo protetor antimísseis. Essa decisão gera uma onda de protestos pacifistas. Em virtude da produção de armas, os Estados Unidos consomem mais de 12% de seu orçamento nacional em gastos militares (cerca de US$ 400 bilhões anuais). Em 1987 os Estados Unidos renunciam ao projeto Guerra nas Estrelas e iniciam negociações sobre armas nucleares com a União Soviética. Um acordo sobre eliminação de mísseis de longo alcance, assinado em novembro, prevê a eliminação dos SS-20 soviéticos e dos Pershing-2 e Cruise, dos EUA. O fim da corrida armamentista com a URSS, que reduz drasticamente o perigo do confronto nuclear entre as superpotências, não afeta o predomínio americano no terreno das armas convencionais.
Limitações da política externa – Aparecem à medida que os Estados Unidos tentam manter sua política hegemônica. Os aliados dos norte-americanos apresentam crescente autonomia em suas decisões. Essas limitações começam com a derrota no Vietnã, a retirada das tropas americanas do Sudeste Asiático e o acordo de limitação das armas estratégicas ofensivas, em 1975, durante o governo Ford. As tentativas do governo Carter, em 1978, de retomar a iniciativa hegemônica, interferindo na crise do Oriente Médio, não conseguem superar aquelas limitações, que são ressaltadas com o fracasso do resgate dos reféns na embaixada em Teerã. O governo Reagan procura retomar a iniciativa, promovendo o fim da crise dos reféns no Irã, em troca do fornecimento de armas (1981), estimulando o Iraque na guerra contra o Irã (1981-1988), aumentando a presença militar americana no Líbano (1982) e intensificando a pressão contra as forças esquerdistas na América Central, com a invasão de Granada (1982), o apoio à ditadura direitista em El Salvador e o envio maciço de ajuda militar aos guerrilheiros anti-sandinistas da Nicarágua, os “contras”. A retomada da iniciativa militar dos EUA prossegue durante o governo de George Bush (1988-1992).
GUERRA DE SECESSÃO
Acontece entre 1861 e 1865, resultado dos atritos entre as regiões norte e sul dos Estados Unidos, devido à divergência dos sistemas econômico, social e político.
Diferenças entre norte e sul – Em 1860 predomina na região norte dos Estados Unidos a economia agrícola dos farmers (pequenos produtores), e a indústria com trabalho assalariado. O sul está organizado em grandes plantações algodoeiras cultivadas por escravos negros. A eleição de Abraham Lincoln como presidente, em 1861, com uma plataforma política nortista, coloca a União em confronto com os sulistas.
Guerra civil – As tensões entre norte e sul crescem devido às divergências sobre a introdução de uma política protecionista, defendida pelo norte, e à campanha abolicionista. São criadas sociedades nortistas que ajudam a fuga de escravos para o norte, onde ganham a liberdade. Alguns Estados do sul decidem então se separar e criam a Confederação dos Estados da América (por isso passam a ser chamados de confederados), com capital em Richmond, Virgínia. Apesar de não ser um abolicionista radical, Lincoln não aceita o desmembramento da União e declara guerra ao sul. A resistência sulista é muito violenta, apesar da inferioridade de forças e do bloqueio naval estabelecido pelo norte. Para conseguir o apoio dos negros, Lincoln emancipa os escravos em 1863. Em abril de 1865 os confederados se rendem. Dias depois Lincoln é assassinado por um escravista fanático durante uma apresentação de teatro.
Conseqüências da Secessão – A guerra faz 600 mil mortos, causa prejuízos de US$ 8 bilhões e deixa o sul destruído. Mesmo com o fim da escravidão os negros continuam sem direito à propriedade agrícola e sofrem discriminação econômica, social e política.
Abraham Lincoln (1809-1865) nasce no Estado de Indiana, filho de imigrantes ingleses. Começa a trabalhar muito jovem e, sem poder freqüentar uma escola, torna-se autodidata. Forma-se em direito e entra para a carreira política elegendo-se várias vezes como deputado e senador. Em 1861 é eleito décimo sexto presidente norte-americano, defendendo entre outras coisas, a emancipação gradativa dos escravos dos EUA. Para conter a iniciativa separatista dos Estados do sul – escravocratas –, dá início à Guerra da Secessão (1861-1865). É assassinado por um ator escravista fanático numa apresentação de teatro em Washington dias depois da rendição dos sulistas.
Anos dourados de Hollywood
Nos Estados Unidos, após a Depressão, a indústria recupera-se. Hollywood vive os seus anos de ouro em 1938 e 1939. Surgem superproduções como A dama das Camélias, ...E o vento levou, O morro dos ventos uivantes e Casablanca. Novos recursos técnicos possibilitam o desenvolvimento pleno de todos os gêneros. Desafiando o esquema dos grandes estúdios hollywoodianos, Orson Welles lança, em 1941, O cidadão Kane, filme que revoluciona a estética do cinema.
Orson Welles (1915-1985), diretor, ator e roteirista, nasce nos Estados Unidos e estuda pintura no Chicago Arts Institute. Como ator teatral funda, em 1936, o Mercury Theatre, em Nova York. Dois anos mais tarde passa a trabalhar no rádio, onde faz em 30 de outubro de 1938 uma emissão dramatizada da Guerra dos mundos, de H.G. Wells, na qual anuncia a invasão da Terra por marcianos. Causa pânico na população e ganha notoriedade nacional. Em 1941 lança O cidadão Kane, onde subverte a narrativa cronológica, com um enredo não-linear, ousadia na profundidade de campo e iluminação inspirada no expressionismo. Cria depois outras obras, como It’s all true (interrompida e concluída postumamente), e Macbeth e Othello, de inspiração shakesperiana.
MUSICAL
Surge em Hollywood na década de 30 e se caracteriza por roteiros musicais que mesclam danças, cantos e músicas. No início dos filmes falados, os musicais sofrem grande influência do teatro. O filme que definitivamente estabelece o gênero é Broadway melody, em 1929, de Harry Beaumont. Seu êxito provoca uma onda de filmes que rapidamente se tornam populares, como Caçadoras de ouro, A canção do deserto e O rei do jazz. Voando para o Rio, de 1933, projeta Fred Astaire e Ginger Rogers. Gene Kelly (Diário de um homem casado), Rita Hayworth (O protegido do papai) e Judy Garland (O mágico de Oz) também ganham notoriedade.
COMÉDIA
Gênero consolidado na década de 20, a comédia incorpora novos nomes. Os irmãos Marx brilham com seus diálogos absurdos e graças de picadeiro em No hotel da fuzarca, Diabo a quatro e Uma noite na ópera. Os atores Oliver Hardy e Stan Laurel notabilizam a dupla O Gordo e o Magro em Fra Diavolo e Filhos do deserto. W.C. Fields, que surgiu no cinema por volta de 1915, destaca-se na década de 30, com No tempo do onça e A filha do saltimbanco. O prestígio de Chaplin mantém-se em filmes como Luzes da cidade e Tempos modernos, que adquirem dimensão política. A combinação de ousadias eróticas e certa dose de crítica do cotidiano resulta na comédia de costumes, que domina o cinema americano. O alemão Ernst Lubitsch desenvolve o estilo em filmes como Ladrão de alcova e Ninotchka, este com Greta Garbo. Outros representantes: George Cukor (Uma hora contigo), William Wellman (Nada é sagrado), Leo McCarey (Cupido é moleque travesso), Howard Hawks (Levada da breca) e um dos maiores nomes das décadas de 30/50, o diretor Frank Capra.
Frank Capra (1897-1991) nasce na Sicília e emigra para os Estados Unidos, em 1903. Na juventude estuda química e matemática. Começa no cinema como argumentista dos cômicos Laurel e Hardy (O Gordo e o Magro). Na direção, desenvolve uma obra de conteúdo social, otimista e confiante na democracia americana, que acerta em cheio, nos anos difíceis da Depressão. Aconteceu naquela noite, de 1934, ganha os principais Oscars do ano. Do mundo nada se leva (1938), A mulher faz o homem (1939) e Adorável vagabundo (1941) são seus principais sucessos.
WESTERN
Gênero específico americano, o western (faroeste) explora marcos históricos, como a Conquista do Oeste, a Guerra de Secessão e o combate contra os índios. Cenas de ação e aventura envolvem caubóis e xerifes. Em 1932 inicia-se uma grande produção de westerns, onde o caubói é também cantor, como Gene Autry e Roy Rogers. Em 1935, Cecil B. de Mille produz Jornadas heróicas. Em 1939, com No tempo das diligências, John Ford abre o ciclo de produções com grandes diretores e astros, onde se destacam também King Vidor (Duelo ao sol) e Henry King (Jesse James).
John Ford (1895-1973), diretor americano nascido no Maine, filho de irlandeses, é um dos cineastas mais premiados do mundo. Depois de se formar no ensino médio, vai para Hollywood, em 1914. Começa trabalhando como ator, contra-regra e assistente nos filmes de seu irmão, Francis Ford, diretor e roteirista da Universal. Em 1917 estréia na direção, fazendo pequenos westerns. Seus filmes possuem orçamentos modestos, poucos atores, e alternam dramas com trechos de comédias. Sangue de herói e O céu mandou alguém, ambos de 1948, estão entre os westerns mais importantes da década de 40.
TERROR
São várias as tendências dos filmes de terror, que têm em comum o desequilíbrio e a transgressão do real. Em 1931, Drácula e Frankenstein entram em cena. Um ano depois, é a vez de O médico e o monstro, baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Em 1933, o gorila King Kong assusta as platéias do mundo inteiro.
POLICIAL
O filme policial surge na França, no começo do século, mas é nos Estados Unidos, a partir da década de 30, que o gênero se firma. Cenários sombrios e escuros, neblina, cenas de crimes e violência envolvem detetives, policiais, aristocratas e belas mulheres. O filme noir – como os franceses o denominaram – logo se impõe como um grande gênero. Destacam-se Howard Hawks (Scarface) e John Huston (Relíquia macabra).
Universo mecânico
O aperfeiçoamento dos motores, das máquinas e as novas formas de energia, como a eletricidade, dominam o panorama tecnológico de meados do século XIX até a 2a Guerra Mundial. A descoberta e comercialização do petróleo substituem os motores a vapor pelos de combustão interna. No final do século XIX, o automóvel é inventado simultaneamente por Henry Ford, nos Estados Unidos, e Carl Benz, na Alemanha.
Henry Ford (1863-1947), industrial norte-americano, abandona a escola aos 15 anos e desde cedo interessa-se por mecânica. Criador da linha de montagem na fabricação de automóveis, projeta o modelo de carro mais popular dos primeiros anos da indústria automobilística, o model T, conhecido no Brasil como o “ford-bigode”. Paga salário acima do mercado para seus operários, mas proíbe sua sindicalização. Publica três livros – Minha vida e obra (1922), Hoje e amanhã (1926) e Filosofia de trabalho (1929) – onde relata suas experiências.
A ex-União Soviética.
Tudo começou na Ucrânia (Kiev), quando houve a formação do antigo império russo pela etnia eslava (brancos) onde seu núcleo está situado na Ucrânia, Bielorrusia e Rússia, desde muito tempo. A partir destes 3 países, houve a expansão da etnia eslava em detrimento de outras nacionalidades, principalmente com Ivan IV, o terrível. Com o imperador Pedro, o grande, durante os séculos XVII e XVIII, houve o avanço do império russo em direção ao Mar Báltico, onde está localizado São Petesburgo (ex-Leningrado), e a Sibéria (hoje pertence aos EUA - grandes reservas de petróleo). Houve uma imposição da cultura eslava para os outros povos (russificação), incluindo os conceitos da Igreja Católica Ortodoxa, em cima de muitos muçulmanos (islamistas). Em 1905, Nicolau II, foi derrotado pelo Japão na famosa guerra da Mandchúria, devido a posse das terras com este mesmo nome, localizada no sudeste da Ásia (atual Coréia - rica em recursos naturais, petróleo), até onde se pretendia chegar a ferrovia Transiberiana (saindo de Moscou - maior do mundo). Devido a derrota, o imperador começou a perder seus poderes e a situação socia-economica piorou, assim, conselhos populares (soviets) formaram uma revolta para derrubar o imperador na capital (São Petesburgo), mas foi esmagada pelas tropas imperiais; esta revolta foi chamado de Ensaio Geral.
A Rússia, pôr volta do século XX, possuía sua população, apesar de ser 80% rural, em condições paupérrimas.
Em 1917, assume o poder a minoria do POSDR (Partido Operário Social Democrata Russo), os Mencheviques (Plekhanov), mas pôr não terem melhorados as condições de vida da população e, principalmente não terem saído da II GM, os soviets, juntamente com os Bolcheviques (Lenin) (maioria), articularam uma revolução dentro da revolução, neste mesmo ano. Em 1918, houve uma guerra civil que durou até 1921, de um lado o exército branco, anti-revolucionário, ( Mencheviques e o capital externo), e de outro, o exército vermelho, revolucionário, (Bolcheviques e os soviets, marxistas). Neste mesmo ano, o partido Bolchevique promoveu uma redistribuição de terras, criou a NEP (constituía um plano econômico em que se daria um passo para trás e dois para frente, permitindo a instalação de multinacionais, a fim de se adaptar ao novo regime), dissolveu a assembléia constituinte, atualizou o sistema financeiro, instituiu o unipartidarismo, pois mesmo os outros partidos marxistas ou socialistas, podiam estar aliados ao capital externo, além de mudar seu nome para Partido Comunista. Este partido deveria ser disciplinado e deveria representar o proletariado e o campesinato, em nome dos quais se processaria a revolução; o partido deveria ser composto pôr indivíduos intelectualizados com o objetivo de serem os portadores de consciência e a vanguarda da Revolução para o comunismo (teoria marxista-leninista). Em 1922, o Partido Comunista Russo mudou de nome para PCUS (Partido Comunista da União Soviética), pois a Rússia englobou mais de 300 nacionalidades diferentes (em 14 estados), como os Czares, passando a se chamar URSS; continuando o domínio dos eslavos sobre os outros povos, pois a maioria no partido era sempre eslava.
É bom notar, que o governo autoritário apenas mudou de nome e de atitudes, passando a se justificar em nome do socialismo, ao contrário dos Czares que se justificavam em nome de Deus.
Em 1924, com a morte de Lenin, aconteceu uma grande disputa para quem iria dirigir o PCUS, e com isso a URSS. De um lado, Trotsky, que defendia um partido descentralizado, além de querer promover uma expansão do socialismo; é bom destacar, que Trotsky, foi opositor de Lenin antes da revolução, não querendo um governo centralizado na mão de uma única pessoa, pois isto facilitaria a corrupção e o domínio sem escrúpulos de uma só pessoa, mas acabou fazendo parte desta máquina prevista, ao entrar no Partido Bolchevique. Do outro, Stalin, querendo garantir o socialismo dentro da URSS, portanto, uma revolução interna do socialismo.
Governo: Stalin (1924-1953).
Trotsky, perseguido pôr Stalin ( expulso do PCUS -1927- e da URSS -1929), acaba fugindo para o México, e de lá, começa a divulgar as atitudes autoritárias de Stalin, dizendo que ele estava transformando a URSS em uma república “capitalista”, tendo o governador como grande proprietário, sem escrúpulos, que usa todos os recursos para se manter no poder. Trotsky acabou morrendo em 1940, a mando de Stalin, apunhalado pelas costas pôr seu empregado no México.
O ditador “socialista” Stalin, que seguiu a previsão feita pôr Trotsky, matou ex-companheiros ou mandou para a Sibéria, pôr discorda-los (Nicolai Bukharim), através de informações de sua polícia secreta, a KGB ( ex-Cheko, de Lenin). Promoveu uma industrialização apenas com indústrias pesadas; promoveu uma coletivilização forçada em muitas terras (kulocs - sovcoses e colcozes), tendo como saldo a morte de 13 milhões de camponeses; os artistas plásticos eram obrigados a pintar o realismo stalinista, onde Stalin era passado de forma perfeita (maior gênio da humanidade), iludindo a população; criou os Planos Qüinqüenais, planificando a economia; além de instituir o trabalho escravo na Sibéria (arquipélago Gulag); construiu grandes obras para enaltecer o “socialismo stalinista”, construção do metro em Moscou. Este período foi marcado pela morte de cerca de 40 milhões de pessoas.
Em 1953, morre Stalin.
Governo: Malenkov (1953).
Governo provisório.
Governo: Nikita Kruchev (1953-1955-1964).
Governante provisório até 1955, passou a ser permanente logo depois. Promoveu uma desestalinização (degelo), promovendo uma certa abertura, libertando presos políticos e reabilitando-os, fazendo uma certa descentralização (pequenos mercados privados), mas mesmo assim, a estrutura geral continuou a mesma.
Coexistência Pacífica: aproximação com os EUA para obter apoio, visitando este país em 1959 (maquiou as divergências, não acabando com a guerra fria); tratado de não proliferação de bombas atômicas. Fazendo com que houvesse o rompimento sino-soviético, pois a China de Mao Tse Tung, não concordava com esta aproximação com o Ocidente; também, pôr causa de disputas dentro do bloco socialista.
Em 1962, houve a Crise dos Mísseis, onde a URSS foi derrotada, ao ceder aos EUA, a desinstalação de plataformas de mísseis localizadas em Cuba, após aviões americanos descobrirem-nas. Este episódio quase fez eclodir uma guerra mundial.
Invadiu a Hungria e acabou com o processo de abertura ensaiada pelo dirigente Imre Nagy.
Em 1964, houve um golpe dentro do PCUS que derrubou Krushev (se diz Krushov).
Governo: Leonid Brejnev (1964-1982).
Neo-Stalinista, concentrou os poderes, além de beneficiar a indústria de base e equipamentos (bélica). E deu seqüência aos planos qüinqüenais na URSS e no Leste Europeu (países do COMECON).
Détente (distensão): continuação da coexistência pacífica, mas agora com outro nome; interrompida em 1979, com a invasão russa ao Afeganistão.
Tinha o direito de intervenção em toda área de influencia, como nos outros governos (doutrina Brejnev), onde, em 1968, invadiu a Checoslováquia, de acordo com o Pacto de Varsóvia (ajuda militar entre os países socialistas) e massacrou o movimento conhecido como Primavera de Praga, que queria democratizar o socialismo, tendo como líder Dobcek.
Alargou a influencia na África e na Ásia através do apoio aos movimentos de libertação (Angola - MPLA, contra Portugal de Agostin Neto; Vietnã, apoio material e econômico; entre outros), apoiou a Índia contra o Paquistão Ocidental (aliado dos EUA e China), apoiou o Vietnã na invasão ao Camboja (aliado da China) no final da década de 70.
Houve muita corrupção em seu governo, onde sua filha, Galina, fazia contrabando de diamante (família ligada com a máfia), além de Brejnev fazer coleção de carros de luxo ocidentais e cavalos de corrida.
Brejnev morre em 1982.
Governo: Yuri Andropov (1982-1984).
O período Andropov foi marcado pelo combate à corrupção, valorização das técnicas em detrimento dos burocratas, fortalecimento do partido e do Estado em detrimento dos líderes. Externamente, procurou manter os compromissos geopolíticos soviéticos e ainda teve que enfrentar a truculência dos EUA (gestão Reagan).
Andropov morre em 1984, devido a sua idade.
Governo: Constanti Tchernenko (1984-1985).
Seguiu os moldes de Andropov.
Morre em 1985, também, de velhice.
Governo: Mikhail Gorbatchov (1985-1991).
Advogado (havia trabalhado com Krushev), indicado pela filha de Thernenko, pega uma Rússia com baixa expectativa de vida, resumindo-se em um país falido.
Perestroika: foi uma reforma (revolução) promovida pôr Gorbatchov, em busca de um estado novo, nas áreas: política (Glasnost - democratização e controle sobre os órgãos públicos), econômica e social; aumentando a produção de diversos bens de consumo para a população (estes produtos estavam defasados em relação ao Ocidente), aumentando a qualidade de vida e a eficácia das empresas (concorrência e lucro), incentivando a formação de empresas privadas (abertura para as multinacionais), envolvendo mais a população na política, e acabando com a censura.
Graças a Perestroika, o mundo pode acompanhar de perto, o maior acidente nuclear do mundo, em 1986, acontecido devido a pane do reator 4, da usina Termonuclear de Thernobil (Ucrânia). Foram atingidas vasta quantidade de terras, e mais de 500 mil pessoas.
Em 1988, houve eleições para o parlamento (Congresso dos Deputados do Povo), necessitando apenas 500 assinaturas para ser candidato (sem ligação com o PCUS), tendo como candidato mais bem votado Boris Ieltsin, pela Rússia, que tinha feito um discurso populista, querendo mais rapidez nas reforma promovidas pôr Gorbatchov (usou o sentimento do povo). Enquanto isso, foram organizadas Frentes Populares, principalmente nas repúblicas do Báltico (Letônia, Estônia e Lituânia), com discursos ecológicos e neo-nacionalistas que proliferaram pôr todas as repúblicas.
Propôs acordos para encerrar conflitos na área de influencia soviética ( Angola, Camboja), além de começar a retirar as tropas do Afeganistão. Negociou com os EUA a redução de armas de longo alcance na Europa.
Tratado da União: um plano proposto pôr Gorbatchov para dar mais autonomia às repúblicas, mas regularia as transações financeiras e de crédito, além de ajuda mútua em caso de guerra externa (pretendia evitar guerras internas); ficando o resto a critério das repúblicas, inclusive o direito de participar do tratado - cabalmente o dirigente soviético propunha uma Federação.
Em 1991, setores stalinistas (czaristas), dizendo que Gorbatchov estava louco, deram um golpe para evitar a assinatura do tratado, assumindo o vice pôr apenas 60 horas, retornando Gorbatchov ao poder com o apoio do povo, da U.E. e dos EUA, devido as suas reformas. Neste momento Ieltsin vai as ruas para manifestar seu populismo. É bom destacar que o PCUS não mandou tropas para massacrar o estudantes, como ocorreu na China, onde a abertura só acontece no campo econômico (Massacre da Primavera de Pequim, onde o partido comunista chinês, mandou tropas de outro canto do país - outra etnia - esmagar os manifestantes).
Já no final de 1991, Lituânia, Letônia e Estônia, declararam independência da URSS, e Gorbatchov tentou em vão fazerem-nas assinar o Tratado de União. Ieltsim cria a CEI ( Rússia, Bielorrusia e Ucrânia), onde todos os países assinam, não existindo mais a URSS, pois a CEI não se configurava como um país, apenas o interesse geopolítico da Rússia de Ieltsin sobre as outras repúblicas (o povo saiu perdendo, Gorbatchov não conseguiu restaurar o sistema proposto pôr Lenin); assim, Gorbatchov não era governante de mais nada, acabando pôr renunciar.
Governo: Boris Ieltsin (1991-até hoje).
Governante da Rússia, venceu as últimas eleições realizadas a pouco tempo, disputando com candidatos fascista (Girinovsk) que queriam reimplantar uma Rússia com os mesmos domínios dos Czares (incluindo o Alasca), e também com Gorbatchov (sem chances).
Demagogo e oportunista. Implantou um governo neo-liberal, a fim de se enquadrar nos moldes do FMI e do BIRD, chegando ao ponto de bombardear o parlamento para conseguir apoio, assim, para governar sobre decretos (apoiado pela Europa e EUA, é claro).
CONFLITOS RECENTES (Não eficácia da CEI).
Geórgia:
Neste país do Cálcaso, separatistas muçulmanos, numa república multirracial, querem separar a Osédia do Sul e Abkahazia da Rússia, promovendo uma batalha sangrenta (a Osédia do norte faz parte da Geórgia).
Armênia x Azerbaijão:
A Armênia com sua maioria cristã, reivindicam a posse das terras de Nagorno Karabakh, que foi doada para o Azerbaijão, para que Stalin obtesse apoio para derrotar Trotsky, cuja maioria é muçulmana. Ambas são independentes da Rússia.
Thetchênia:
foi incorporada no Século XIX à federação Russa, onde 60% de sua população é muçulmana. Em 1991, Dudarev vence as eleições locais, e pede a separação; esta não aceita pôr Boris Ieltsin, que conseguiu abafar. Em 1994, o movimento de separação explodiu, travando várias guerras com o governo russo, onde os rebeldes foram exterminados a mando de Boris Ieltsin (faxina étnica). É a única região, destas citadas, que não é separada da Rússia.
Muçulmanos:
são uma ameaça de separação na Ásia Central (maioria muçulmana): Azerbaijão, Cazakistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, entre outros países, próximos a Rússia, pôr serem financiados pelos fundamentalistas islâmicos (promoveram a revolução xiita no Irã), podem levar muçulmanos russos a movimentos de independência.
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